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Agosto Lilás: Polícia Militar realiza ações para o mês de combate a violência contra a mulher

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O Agosto Lilás é uma iniciativa nacional de combate a violência contra a mulher  |   Bnews - Divulgação Imagem: Ilustrativa/ Divulgação
Franciely Gomes

por Franciely Gomes

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Publicado em 14/08/2023, às 06h00



O Brasil é um dos países com os maiores índices de violência contra a mulher no mundo. Só na Bahia, foi registrado um aumento de 58% nos casos, em 2022, como mostram os dados do boletim “Elas Vivem: dados que não se calam”, organizado pela Rede de Observatórios da Segurança, lançado em março deste ano.

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Reprodução/ Rede de Observatórios da Segurança. Elas vivem: dados que não se calam. 

O estado ainda liderou o ranking de mortes por feminicídio na região nordeste, com cerca de 91 registros do crime nos órgãos oficiais. Um dos casos mais recentes foi o da cigana Hyara Flor, de 14 anos, na cidade de Guaratinga, que morreu após o disparo de uma arma de fogo. As investigações seguem em curso para saber se o autor do crime foi o marido da jovem ou o cunhado.

Pensando em uma iniciativa para conter estes números em todo o país, o Governo Federal lançou a campanha ‘Agosto Lilás’, que tem a função de combater os índices de violência contra a mulher e comemorar os 17 anos da Lei Maria da Penha.

“Estamos no Agosto Lilás, que é o mês nacional de proteção à mulher, inclusive é uma lei federal, que demanda que os órgãos públicos desenvolvam ações que enfoquem essa questão do enfrentamento a violência doméstica”, explicou a tenente Aline Ramos, do Batalhão de Polícia de Proteção à Mulher (BPPM).

Ações em Salvador 

A capital baiana não ficou de fora da campanha e contou com o apoio da Polícia Militar da Bahia para realizar algumas ações. Em conversa com a reportagem do BNews, a tenente Aline Ramos informou que a antiga Ronda Maria da Penha foi transformada no Batalhão de Polícia de Proteção à Mulher (BPPM).

“A nossa principal missão é a fiscalização das medidas protetivas de urgência. A mulher denuncia a prática de violência doméstica, a Justiça expede essa medida protetiva de urgência e o batalhão fiscaliza esse cumprimento. Visitando essa mulher e fiscalizando se o agressor se aproxima”, disse.

Sobre as práticas voltadas ao mês de agosto, a oficial afirmou que o batalhão tem intensificado a fiscalização dos casos. “No agosto lilás a gente intensifica essas ações. A gente coloca policiais em regime extraordinário, para que a gente possa fazer mais visitas, mais ações. Paralelo a isso a gente faz projetos sociais e ações de conscientização”, contou.

“A gente tem ministrado inúmeras palestras em escolas, empresas e organizações. Conscientizando a sociedade com relação a todos os tipos de violência doméstica,  a lei Maria da Penha e principalmente incentivando essas mulheres a romperem o ciclo de violência. Além da capacitação de policiais militares para o atendimento a essas mulheres, para evitar que elas sejam revitimizadas”, completou.

Como denunciar

O principal passo para conter os índices de violência doméstica é a denúncia. Diversas mulheres ainda possuem medo de falar sobre as agressões que sofrem diariamente, por conta de fatores como dependência financeira e afetiva, falta de conhecimento sobre seus direitos ou vergonha de se separar do agressor. 

Os órgãos federais disponibilizam alguns canais de comunicação para realizar a denúncia. “A gente costuma dizer que quando a mulher se cala, a violência se perpetua. Então a principal arma desse enfrentamento é a denúncia. Os principais canais de denúncia são o 180, que é central de atendimento a mulher, 190, que é central de polícia e a mulher pode se dirigir a uma delegacia especializada”, informou a tenente.

“Ela pode ir até a delegacia fazer o registro da ocorrência e a partir daí fazer jus a uma medida protetiva e fazer jus a um acompanhamento nosso do batalhão. Mas o primeiro passo é a mulher romper esse ciclo de violência e denunciar”, concluiu ela.    

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