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Após morte de jovem e protesto, segurança é reforçada no Nordeste de Amaralina

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Carros, motocicletas, ônibus e pedestres tem sido abordados para evitar qualquer ação ilícita e garantir a segurança no local  |   Bnews - Divulgação Divulgação/PC

Publicado em 29/12/2022, às 07h12 - Atualizado às 07h16   Camila Vieira


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O Complexo do Nordeste de Amaralina amanheceu com a segurança reforçada, nesta quinta-feira (29). O patrulhamento foi intensificado depois que amigos, familiares e vizinhos de Marcelo Daniel Ferreira, de 19 anos, protestaram após a morte do jovem, na última quarta-feira (28). Unidades territoriais e especializadas ampliaram a ostensividade nas entradas, saídas e finais de linha.

De acordo com a Polícia Militar, o patrulhamento foi reforçado pelo Comando de Policiamento Regional da Capital (CPRC) Atlântico. Carros, motocicletas, ônibus e pedestres tem sido abordados para evitar qualquer ação ilícita e garantir a segurança no local. Denúncias de crimes na região podem ser feitas através dos telefones 190 (Centro Integrado de Comunicações - Cicom) e 181 (Disque Denúncia). O sigilo é garantido.

Manifestação da comunidade - O protesto começou na Rua Visconde de Itaborahy. Depois, o grupo ocupou as vias da Avenida Amaralina, na orla do bairro e seguiu para a Lucaia, na entrada do Vale das Pedrinhas. A manifestação foi encerrada por volta das 21h.

Os manifestantes queimaram objetos e atravessaram dois ônibus na Avenida Amaralina para chamar atenção das autoridades. Marcelo Daniel foi internado no Hospital Geral do Estado (HGE), após ser atingido por disparos de arma de fogo no último sábado (24), no bairro do Nordeste de Amaralina. Na quarta-feira (28), ele não resistiu aos ferimentos. A família segue revoltada e afirma que o jovem era trabalhador e morreu injustamente. 

O caso

Uma operação da PM, no dia 24 de dezembro, terminou tirando a vida de Marcelo, que foi atingido por disparos de arma de fogo e não resistiu aos ferimentos. Na ocasião, o jovem de 19 anos ainda foi socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), contudo, evoluiu a óbito.

Além de Marcelo, um homem identificado como Adeilton, de 34 anos, também foi baleado na ação. Os dois foram socorridos e levados para o Hospital Geral do Estado (HGE).

Moradores alegam que os policiais chegaram atirando no local. Irmã de Adeilton, Daiane afirmou à TV Bahia que ele foi atingido por quatro tiros e passou por duas cirurgias.

"Estávamos em um momento de Natal em família, se divertindo e eles [policiais] chegaram atirando. Se não fosse o pessoal aqui, eles iriam matar meu irmão, dizer que foi troca de tiros e jogar drogas em meu irmão [para armar um flagrante]", relatou.

À reportagem, a Polícia Militar afirmou que equipes da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT)/Rondesp Atlântico localizaram homens armados que, ao avistarem as equipes, teriam atirado contra os policiais. A população local nega. O caso é investigado pela Polícia Civil.

Mãe de Marcelo, Ivani afirmou que o Estado retirou a vida de seu filho e não acredita em justiça. "Sou servidora, pago impostos. Eles têm que fazer o trabalho deles, não chegar atirando. Todo o mundo aqui trabalha", afirmou.

Ela alega que toda a população presenciou que não houve confronto na região, que os policiais entraram na localidade em busca de outras pessoas e sairam distribuindo tiros sem alvo algum, "em quem eles viam pela frente". Ivani contou que estava em casa e saiu ao ouvir os disparos para ver o que estava acontecendo.

Ao chegar ao local da ação, ela já encontrou o jovem baleado e os policiais barrando a passagem de amigos e parentes para prestar socorro.

O pai do Adeilton, um dos jovens baleados que está hospitalizado, também estava presente durante a entrevista ao Programa Balanço Geral, da Record TV Itapoan, e fez questão de mandar o recado para os policiais que coordenam os agentes de segurança.

"E ai major? Por que não fazem um psicoteste nesses guardas? Para saber quem está entrando na coorporação ?", indagou.

Em nota, a Polícia Militar afirmou que a Corregedoria Geral já iniciou um processo de investigação para apurar as circunstâncias da ocorrência atendida pela Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT)/Rondesp Atlântico no último sábado (24), no Nordeste de Amaralina.

No fim da tarde desta quarta, familiares e amigos de Marcelo fizeram uma manifestação na avenida principal de Amaralina para cobrar Justiça.

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