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Operação Pinel: PF apreende mais de R$ 100 mil; fraudes no INSS acontecem desde 2013

Adenilson Nunes
As cidades alvo da PF são Salvador, Aratuípe, Vera Cruz e Nazaré  |   Bnews - Divulgação Adenilson Nunes

Publicado em 31/07/2019, às 10h42   Bruno Luiz e Caroline Gois


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A Polícia Federal (PF), juntamente com a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, deflagrou na manhã desta quarta-feira (31), a Operação Pinel, que visa desarticular organização criminosa atuante na Bahia, especializada em fraudar benefícios previdenciários.

Em coletiva realizada na sede da PF, em Salvador, o delegado Marcelo Andrade Siqueira, da Delegacia de Crimes Previdenciários, afirmou que a operação ocorreu a partir dos levantamentos da Inteligência, "quando verificamos que havia um grupo de benefícios com perfis suspeitos". "Havia um recondicionamento das perícias médicas feito por um grupo de atravessadores que direcionava para que as perícias fossem em Nazaré. O que chamou a atenção é que as pessoas que não residiam na região de Nazaré também se deslocavam para lá", relatou. Mais de R$ 100 mil foram apreendidos na casa dos suspeitos.

De acordo com o delegado Luiz Gustavo, da Deleprev, "a cada ano, o benefício era renovado e mais 30% deste valor anual era depositado em favor de pessoas vinculadas à organização criminosa". Um médico está envolvido nesta organização. "É possível que as investigações se estendam para outros profisisonais", afirmou o delegado. "O médico perito reconhecia uma patologia de natureza psiquiátrica, que não existia, e a dificuldade de se comprovar se a pessoa tinha ou não a patologia que foi o 'x' da questão", explicou.

Segundo o delegado da PF, Daniel Madruga, as fraudes aconteciam desde 2013. O grupo criminoso, em conluio com servidores do próprio INSS, manipulava perícias médicas em troca de vantagens financeiras indevidas, com vistas a ativar e/ou manter ativos benefícios previdenciários fraudulentos, em sua maioria da espécie auxílio-doença. O valor do prejuízo estimado com as fraudes até agora já supera os 11 milhões de reais, relacionados a cerca de 200 benefícios previdenciários com suspeita de fraude. Acredita-se que com o avanço das investigações esses números aumentarão consideravelmente.

O INSS será informado nos próximos dias sobre os 23 benefícios dos 200, que ainda estão na ativa. Caso os pagamentos aos suspostos benefiários continuassem, o prejuízo seria de R$ 16,2 milhões. Foram cumpridos 26 mandados, sendo 15 de busca e apreensão e 11 de prisão temporária, em diversas cidades da Bahia, dentre elas Salvador, Aratuípe, Vera Cruz e Nazaré. Além disso, também foi determinada pela Justiça Federal a suspensão do exercício da função pública do médico-perito envolvido no esquema.

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