Polícia
Publicado em 27/02/2024, às 13h56 Cadastrado por Sanny Santana
O Brasil registrou uma redução de 6,8% em número de policiais militares entre 2013 e 2023, enquanto a quantidade de policiais civis e peritos sofreu uma diminuição de 2% no mesmo período. Os dados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e fazem parte da pesquisa inédita Raio X das Forças de Segurança Pública do Brasil.
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Ainda de acordo com a pesquisa, há uma década, o país tinha 30 mil militares a mais - eram 434,5 mil PMs, enquanto agora o Brasil tem 404.871. A quantidade anterior era ainda menor que o efetivo previsto pelos Estados, que é de 584.462. Isso significa que o Brasil tem hoje apenas 69,3% das vagas existentes para PMs preenchidas.
O estudo mostra ainda que os policiais ganham salários de, em média, R$ 9 mil, bem maiores que o restante do funcionalismo - cerca de R$ 5 mil. Os inativos ganham ainda mais: R$ 11 mil ante R$ 6 mil para as demais carreiras do funcionalismo. A pesquisa mostra que 33 mil dos 739 mil policiais e guardas do país (5,4%) receberam salários acima do teto do funcionalismo em 2023 (R$ 39.293).
No caso dos policiais civis acontece o mesmo. O efetivo fixado no país chega a 151 mil, mas apenas 95.908 estão preenchidas (63,5%).
Segundo Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, "o modelo de segurança pública inviabiliza por completo qualquer ideia de aumento de efetivos em razão dos custos fiscais e previdenciários e acaba sendo perverso com os próprios policiais ao gerar distorções dentro das carreiras, com desvios de função demasiados, retirando homens da atividade fim", afirmou à CNN.
Com a diminuição de policiais nas ruas, a consequência é o fechamento de plantões policiais. Delegacias que funcionavam 24 horas, passam a ter expediente diurno porque delegados precisam responder por mais de uma cidade no interior.
Para Rodolfo Laterza, presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol), o déficit provoca uma série de consequências, como fragilidade no atendimento e a incapacidade de dar conta de todas as ocorrências criminais.
"Com a falta de profissionais, se torna necessário ter seletividade de casos e dar prioridade à investigação das ocorrências mais graves, como homicídios, sequestros, violência doméstica e familiar. O ideal seria que a gente conseguisse se debruçar sobre o todo", diz Laterza.
As informações são da CNN.
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