Polícia

Casal foi agredido por sete seguranças no Carrefour, diz advogado

Reprodução/TV Bahia
Casal foi agredido após furtar pacotes de leite em pó no supermercado  |   Bnews - Divulgação Reprodução/TV Bahia

Publicado em 09/05/2023, às 14h09   Cadastrado por Sanny Santana


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O advogado do casal negro agredido em uma das filiais do Carrefour no bairro de São Cristóvão, em Salvador, afirmou que os dois foram vítimas de sete seguranças. A declaração foi dada durante entrevista à TV Bahia, nesta terça-feira (9). 

Segundo Walisson dos Reis, mesmo após o constrangimento, o casal ainda sofre ameaças de morte e um boletim de ocorrência contra a empresa será registrado na quinta-feira (11). O caso aconteceu na última quarta-feira (3).

"Eu estou me deslocando com eles em uma data muito próxima na delegacia onde se vai investigar o caso, para que os agressores e, eu posso dizer, torturadores, sejam devidamente culpabilizados e punidos por um ato tão cruel", complementou.

Apesar de reconhecer que houve um erro na conduta do casal, que furtou pacotes de leite em pó, Walisson declara que um crime de menor potencial ofensivo não pode justificar o espancamento.

"Eram pessoas que estavam ali buscando alimento. Não que seja certo furtar, está totalmente errado. Mas a conduta da Rede Carrefour nessa situação, de deixar que fossem torturados, agredidos e expostas as suas imagens nas redes sociais, é de uma gravidade extrema".

"Deve ser apurado o crime de racismo, lesão corporal e diversos crimes, que a gente vai reunir com a Polícia Civil da Bahia para apurar. Este caso não pode de forma alguma ficar impune, e as pessoas normalizarem e aceitarem a violência, e banalizarem a vida", afirmou.
O vice-presidente de transformação em operação da Rede Carrefour, Marcelo Tardim, declarou, na segunda (8), que as agressões não foram cometidas por funcionários da empresa, no entanto, toda a equipe de segurança foi demitida.
Segundo Marcelo, "as características do agressor não são compatíveis com a de nenhum colaborador própria, ou terceirizado", no entanto, realizarão o desligamento da liderança e do time de prevenção de perdas da loja por não poderem "aceitar que este ato de violência tenha ocorrido em nossas dependências".

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Walisson declarou que o casal tem condições de reconhecer todos os que participaram da agressão. "A empresa tem, por obrigação, em questão de moralidade pública, dar a identidade de todas essas pessoas", reitera, revelando ainda que a mulher agredida iniciou um trabalho de carteira assinada e quase foi demitida por causa da repercussão. 
Conforme noticiado pelo BNews, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) abriu, na segunda-feira (8), um processo para apurar se houve crime de racismo no caso. A Polícia Civil também investiga o ocorrido.

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