Polícia

Dedo na cara, empurrão e agressão verbal: Investigadora relata desacato em plantão de São João

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A situação contra a investigadora teria acontecido na última sexta-feira (23)  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Vídeo//Reprodução/Google Street View

Publicado em 30/06/2023, às 12h20   Cadastrado por Pedro Moraes


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O plantão do São João deste ano abrangeu um cenário de turbulência para a investigadora da Polícia Civil, Daniela Viana. Na última sexta-feira (23), a servidora alegou ter sofrido desacato policial, agressão física e verbal. A autora, segundo ela, atende pelo nome de Elma Vieira Britto, presidenta da  Casa das Mulheres, uma associação localizada em Jequié.

O cumprimento do plantão de trabalho acontecia no plantão dos festejos juninos, dentro da 9ª Coorpin, em Jequié. Após recepcionar uma guarnição da CIPE Central que conduzia um indivíduo em situação de flagrante, os insultos começaram. Os relatos de Daniela foram divulgados quatro dias depois.

“Eu pedi para que as mulheres se retirassem do posto porque a gente iria analisar a situação para então verificar o que iria ser feito (...) Ela colocou o dedo na minha cara, me chamou de otária, me empurrou, em total desacato, eu estava no exercício da minha função. Eu falei que iria dar voz de prisão a ela porque ali era uma situação de desacato”, iniciou a investigadora.

Com a situação em andamento, Daniela Viana solicitou “da autoridade policial de plantão, a DPC Eliana Castro, e da Coordenadora do Plantão, a DPC Ana Beatriz, para que fosse realizado o flagrante de Elma Brito pelo crime de desacato, mas negaram a autorização para o registro do Boletim de Ocorrência, sob alegação de que não havia ninguém para registrar o BO”.

“A delegada que era coordenadora do posto disse que ela era amiga pessoal, até então, da mulher, que ela não ia fazer nada. Se virou para a outra delegada e falou que também não era para ela fazer nada, que ali, se ela quisesse, era simplesmente para encaminhar a situação para o coordenador, que não era para se meter nessa situação”, completou.

Crime

A conduta citada por Daniela está inserida no Código Penal brasileiro como desacato, artigo 331 do Código Penal Brasileiro. Nesse caso, a pena de detenção é de seis meses a dois anos, ou multa.

Além disso, o registro da ocorrência foi impedido por ordem da coordenadora do plantão, Ana Beatriz. “Ela mandou eu parar de show e pediu para que eu me retirasse da sala”, enfatizou. “Me senti totalmente acanhada e desprotegida”, desabafou. 

A investigadora da Polícia Civil então registrou Boletim de Ocorrência (B.O) na 1ª Delegacia Territorial de Jequié.

Sindicato

Por meio de nota, o Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (SINDPOC) cobra das autoridades competentes as devidas providências e que os supostos responsáveis pelos atos sejam responsabilizados. 

“O Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia pede que seja realizada uma devida apuração sobre os fatos relatados pela investigadora da Polícia Civil”, pontua.

A reportagem do BNews entrou em contato com a Polícia Civil da Bahia para saber mais detalhes deste caso. Por meio de nota, a corporação informou que o caso será apurado administrativamente pelo pela Corregedoria da Polícia Civil (Correpol).

"O Departamento de Polícia do Interior (Depin) e a 9ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Jequié) realizaram as primeiras providências e acompanham o caso", relata.

Do mesmo modo, a Associação Casa das Mulheres também foi procurada por meio do número de telefone disponível na página "@casadasmulheresjequie", mas, até o fechamento desta reportagem, o retorno não foi obtido. Caso uma resposta seja enviada, esta matéria será atualizada.

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