Polícia

Filho de deputado federal acusado homicídio diz ter sofrido extorsão

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Acusado matou a ex-companheira e o namorado dela quando saiam de um prédio  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 10/02/2023, às 17h00 - Atualizado às 17h01   Cadastrado por Lorena Abreu


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O advogado Francisco Faiad, que faz a defesa de Carlos Alberto Bezerra, preso por matar a servidora Thays Machado e o namorado dela, Willian César Moreno, afirmou que ele foi transferido para o Presídio da Mata Grande, em Rondonópolis (MT), após ser alvo de extorsão e ameaça na Penitenciária Central do Estado (PCE).

A transferência foi determinada pelo juiz Geraldo Fidélis, da 2ª Vara de Execuções Penal, no dia 27 de janeiro, segundo informações do site MidiaNews.

O acusado é filho do deputado federal Carlos Bezerra e está preso desde o dia 18 de janeiro, quando foi encontrado em uma fazenda da família em Campo Verde (MT), horas após cometer os assassinatos.

"Teve ameaças de colegas detentos. Houve extorsão do tipo: 'Ou dá dinheiro ou vai acontecer alguma coisa'. Então, isso foi demonstrado e por isso saiu essa transferência", disse Faiad.

Outro ponto motivador para pedir a transferência de Carlos Alberto, segundo o advogado, foi a falta de cela especial dentro da PCE para quem possui ensino superior.

Faiad ainda disse que o assassino demonstrou arrependimento pela morte da ex-namorada e de Willian César. Segundo ele, Carlos Alberto continua repetindo que cometeu o duplo homícidio após um momento de "descontrole emocional".

"Muito [arrependido]. Falou, inclusive, no depoimento policial e fala todos os dias quando a gente se fala no presídio. Ele fala que estava alterado, foi um problema que ele ficou alterado, que nunca foi de violência, que é um homem calmo, tranquilo e que naquele dia se alterou", afirmou.

O advogado explicou que foi notificado na última sexta-feira (03) para apresentar a defesa preliminar de Carlos Alberto. Ele tem um prazo de 10 dias. O empresário foi denunciado pelo Ministério Público por duplo homicídio qualificado.

"Ele foi citado sexta-feira [passada]. Então segunda-feira agora começou o prazo para defesa preliminar. Temos um prazo de dez dias para fazer essa defesa. Estamos estudando as provas que foram produzidas pela polícia para fazermos essa defesa preliminar. Essa defesa é para alegarmos alguma nulidade que tenha acontecido, pedir provas e relato de testemunhas. Então faremos isso dentro do prazo legal de dez dias", completou.

O crime

Thays Machado e seu namorado, Willian Moreno, foram mortos a tiros no dia 18 de janeiro em frente ao Edifício Solar Monet, no Bairro Alvorada, em Cuiabá.

Eles foram até o edifício, onde mora a mãe dela, para deixar um veículo na garagem.

Ao sair na portaria para aguardar a chegada de veículo de transporte por aplicativo, as vítimas foram surpreendidas pelo assassino, que conduzia um Renault Kwid, e passou a fazer os disparos contra o casal, que morreu ainda no local.

A perícia preliminar de criminalística da Politec constatou que Thays foi atingida por três disparos, sendo dois nas costas e um na altura do quadril.

Willian, mesmo atingido no braço esquerdo e no peito com três disparos, ainda tentou fugir do atirador, mas caiu na calçada, a poucos metros de Thays.

Conforme os primeiros levantamentos realizados pela equipe da DHPP, Thays e William estavam em um relacionamento, mas a mulher vinha sofrendo ameaças do ex-companheiro e suspeito do crime.

Ela teria comentado com familiares que estava sendo ameaçada de morte e ia registrar um boletim de ocorrência contra o agressor.

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