Justiça

Juíza decreta prisão preventiva de filho de deputado federal que confessou ter matado a ex-companheira e o namorado dela

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Empresário é filho do deputado federal Carlos Bezerra (MDB) e tinha "certeza da impunidade", afirmou a juíza  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 20/01/2023, às 20h26 - Atualizado às 20h27   Cadastrado por Lorena Abreu



A Justiça decretou a prisão preventiva do empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, que confessou ter assassinado a ex-companheira, Thays Machado, de 44 anos, e o namorado dela, Wilian Cesar Moreno, de 30.

A decisão é assinada pela juíza Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa, da 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Cuiabá (MT), e foi publicada na tarde desta sexta-feira (20). Ela afirmou que o empresário, que é filho do deputado federal Carlos Bezerra (MDB), tinha "certeza da impunidade".

O crime ocorreu nesta quarta-feira (18), em frente ao edifício Solar Monet, no Bairro Consil, na capital motogrossense.

Carlos foi preso em flagrante pela Polícia Civil horas depois do crime, em uma fazenda da família, em Campo Verde, segundo informações do site MidiaNews.

Na decisão, a magistrada afirmou que a liberdade do acusado representa "grande risco para a ordem pública e a aplicação da lei penal", citando o fato dele ter fugido do local do crime.

Disse ainda que ele acreditava na impunidade, "alimentadas pela posição social ostentada pelo mesmo e pelos laços de parentesco com seu pai, o ex-senador, ex-governador do Estado, ex-prefeito do munícipio de Rondonópolis e deputado federal, Carlos Bezerra", escreveu.

“Contudo, era justamente a posição social ostentada pelo custodiado, o estudo e a experiência de vida que, em casos semelhantes deveria impedir que o mesmo atentasse contra a vida de qualquer pessoa, mas que, em análise preliminar neste momento, alimentou a certeza da impunidade", afirmou.

A magistrada ainda afirmou que o "crime praticado abalou severamente a ordem pública pela crueldade de se matar duas pessoas, que minutos antes da prática do crime estavam conversando, sorrindo, de mãos dadas".

Ela ainda chamou de "frágil" e "estapafúrdia" a justificativa apresentada pelo acusado em depoimento à Polícia Civil.

Ele alegou ter cometido o crime por conta de uma suposta “neuropatia diabética” que haveria lhe “descompensado emocionalmente”. A investigação, entrentanto, conforme a juíza, demostra que ele andava ameaçando Thays por não aceitar o fim do relacionamento.

O Crime
O casal foi até o edifício, onde mora a mãe de Thays para deixar um veículo na garagem. Ao sair na portaria para aguardar a chegada de veículo de transporte por aplicativo, as vítimas foram surpreendidos pelo assassino, que conduzia um Renault Kwid, e passou a fazer os disparos contra Thays e Willian, que morreram ainda no local.

A perícia preliminar de criminalística constatou que Thays foi atingida por três disparos, sendo dois nas costas e um na altura do quadril.

Willian, mesmo atingido no braço esquerdo e no peito com três disparos, ainda tentou fugir do atirador, mas caiu na calçada, a poucos metros de Thays.

Conforme os primeiros levantamentos realizados pela equipe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Thays e William estavam em um relacionamento, mas a mulher vinha sofrendo ameaças do ex-companheiro e suspeito do crime.

Ela teria comentado com familiares que estava sendo ameaçada de morte e ia registrar um boletim de ocorrência contra o agressor.

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