Polícia

Dois dias após ser presa por chamar garçonete de "macaca suja", mulher é liberada

Arquivo Pessoal
Mulher chamou garçonete de "macaca suja" e ainda comparou cor da vítima com saco de lixo  |   Bnews - Divulgação Arquivo Pessoal

Publicado em 11/04/2023, às 15h40   Cadastrado por Sanny Santana



A mulher que foi acusada de injúria racial após chamar uma garçonete de "macaca suja" foi liberada da prisão nesta terça-feira (11), após audiência de custódia. Lívia Coelho, de 39 anos, foi presa no último domingo (9). O caso aconteceu no Bar do Mané, na Praia do Flamengo, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

No dia do ocorrido, a vítima, Társila Almeida, de 21 anos, além de ter escutado o xingamento, também ouviu da cliente do estabelecimento que não deveria trabalhar ali e teve sua cor comparada ao saco plástico da lixeira. O caso foi registrado como injúria por preconceito.

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Segundo o juiz Pedro Ivo Martins Caruso D'Ippolito, o crime desperta "ojeriza e repulsa", mas alega que as penas para este tipo de crime são baixas: "À luz do caderno policial, o crime, em tese, praticado desperta especial ojeriza e repulsa, eis que violador das mais comezinhas regras de convivência social. Não obstante, por opção legislativa, as penas legalmente cominadas são baixas, de modo que não cabe ao Judiciário reconfigurar a reprimenda penal", diz trecho da decisão, de acordo com o Extra.

Apesar de ter sido liberada, Lívia deverá comparecer mensalmente ao juízo e está proibida de se ausentar do território onde reside por mais de 10 dias, de se aproximar a menos de 20 metros do bar do ocorrido e de ter contato ou se aproximar a menos de 100 metros da vítima ou de qualquer testemunha.

Segundo Társila, em entrevista ao Extra, as ofensas começaram por volta de 12h de domingo, quando a cliente tentava acessar o bar desde às 9h. O estabelecimento, no entanto, só abriria duas horas depois. Após a abertura do local, a mulher passou a ingerir bebidas alcoólicas e dizer ofensas racistas contra a funcionária.

A funcionária, que está grávida, explica que preferiu não dar atenção à mulher. Logo em seguida, Lívia se levantou e começou a puxar as tranças de Társila.

"Ela chegou a arrancar parte do meu cabelo da raiz. Foi quando alguns amigos meus vieram ajudar e chamaram a polícia. Nunca passei por nada semelhante a isso, me senti humilhada. Me senti humilhada no meu local de trabalho, na minha zona de conforto. Infelizmente, a minha ficha ainda não caiu totalmente. Fui trabalhar disposta, num domingo de Páscoa, e passei por isso tudo", contou na entrevista.

Segundo depoimento de um policial militar que atendeu a ocorrência, Lívia Coelho aparentava estar embriagada no momento que foi abordada. Ela foi encaminhada pelos agentes à delegacia, onde foi autuada. Lívia responde também a um processo por lesão corporal e desacato a dois policiais militares em 2022.

Na delegacia, a mãe da suspeita alegou que a filha possui transtorno afetivo bipolar e síndrome de dependência, o que a teria feito "perder o juízo crítico". De acordo com ela, Lívia não possui "qualquer preconceito por raça, cor, etnia ou religião".

Classificação Indicativa: Livre

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