Polícia
As polícias Civil e Militar do governo Tarcísio de Freitas, em São Paulo, acumulam em dois anos a morte de 69 menores de 18 anos.
Em um levantamento feito pelo Instituto Sou da Paz a pedido do portal UOL, mostra que um adolescente é morto a cada 9 dias no estado. De janeiro a dezembro de 2023, foram 38 mortos.
Em 2024, de janeiro a setembro foram 31 óbitos confirmados.
O estudo aponta que 68% das vítimas são negras, sendo 58% pardos e 10% pretos. Os 32% restantes são considerados brancos.
Das ocorrências deste ano, 12 vítimas tinham 17 anos, enquanto 11 ocorrências foram com jovens de 16, 5 casos com menores de 15 anos e 3 outros casos com jovens de 14.
"Os jovens negros, moradores de periferia, que evadiram da escola e saíram de medidas socioeducativas formam o grupo com maior chance de morrer", diz Rafael Rocha, coordenador de projetos do Instituto Sou da Paz.
Gestão Tarcisio
Em números, a gestão do atual governador Tarcísio de Freitas aumentou em 58,3% o número adolescentes mortos, se comparado com 2022, durante a gestão de Rodrigo Garcia, onde 24 menores foram mortos em ações policiais.
O aumento no estado foi geral, incluindo também adultos. Após três anos da implantação de câmeras corporais nos policiais, os números de mortos voltaram a crescer. Em 2023, foram 504 mortos. Já em 2024, até setembro foram registrados 580 mortos em ações policiais.
Dez mortes de adolescentes em 2024 foram registradas quando os agentes estavam de folga, enquanto outras 21 mortes ocorreram enquanto eles estavam de serviço.
Rafael Rocha ainda acrescenta que a polícia de São Paulo se sente autorizada a agir com violência.
"Desde o governador, passando pelo secretário de Segurança, o comando da PM, todos eles incentivam a letalidade policial, o confronto".
Agentes também tem desrespeitado a determinação do uso de câmeras corporais. Segundo o ouvidor da PM-SP Claudio Aparecido da Silva, os policiais tem retirado os equipamentos, principalmente na região da Baixada Santista.
"O governador e o secretário de Segurança são atores políticos que, desde antes das eleições de 2022, eram contra o controle da força. Com a Operação Escudo no ano passado, ficou muito evidente o discurso de incentivo ao confronto", diz Rafael.
Uma das fases da Operação Escudo, a Operação Verão, deixou 56 mortos na Baixada Santista.
Procurada pelo UOL, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que as mortes "são resultado da reação de suspeitos à ação da polícia. Todos os casos são rigorosamente investigados pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento das respectivas corregedorias, Ministério Público e Poder Judiciário".
"É muito triste falar de São Paulo porque é um lugar em que as coisas estavam melhorando. São Paulo já sabe a receita, tem que ter um desejo político que a gente não vê nesse governo. É necessário informar a tropa de que a letalidade policial não será tolerada", conclui Rafael.
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