Família conta como era relação de manicure morta por PM em Salvador

A manicure Greice Quelly, de 26 anos, morta a tiros, na quinta-feira (22), pelo ex-companheiro, um policial militar, dentro de um salão de beleza, em Salvador, vivia uma relação conturbada. A manicure já precisou trocar de emprego algumas vezes porque o agressor ia ao seu local de trabalho coagi-la. Em um episódio de fúria, Valter Cunha chegou a esfaquear a vítima na perna.

De acordo com familiares, mesmo vivendo uma relação abusiva e marcada por episódios de agressão, Greice costumava voltar para o ex. Nos últimos meses, depois de ter reatado, ela se afastou dos parentes.

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“Desde quando eles começaram a namorar vimos que não iria dar certo, mas mesmo assim os dois persistiam no relacionamento. Eles tinham intrigas, se afastavam, mas ela acabava voltando para a casa dele novamente. Ela apareceu com um ferimento na perna e disse que ele havia dado uma facada, nesse momento, conversamos e tentamos evitar que ela ficasse com ele. Do nada, ela voltou e já não estava mais dando atenção aos familiares”, relatou Ebert Rocha, primo da vítima, em entrevista à TV Record Itapoan.

Morte

Greice foi morta dentro do salão onde trabalhava. O espaço fica no interior de um supermercado localizado na Avenida ACM. Seguranças de um carro forte que abastecia um caixa eletrônico viram o crime e conseguiram deter o policial militar até a chegada de uma viatura policial. Ele foi preso em flagrante e deve responder por feminicídio.

“Na minha frente ele mostrava ser uma pessoa boa, mas, por trás, agredia ela. Chegou a ir ao trabalho esfaqueá-la. Eu pedia para que ela terminasse porque ele a mataria, mas ela não conseguia deixá-lo”, disse Carlos Rocha, irmão da vítima, também em entrevista à Record.

A manicure, que terá seu corpo sepultado nesta sexta-feira (23), morava em São Marcos e era mãe de uma menina, de quatros anos, e um garoto, de 10. Valter era lotado na 23ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) e foi encaminhado para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Feminicídios

No domingo (18), também na capital baiana, uma idosa de 64 anos foi morta após ter sido espancada pelo marido, no bairro Massaranduba. A vítima, identificada como Janice Brandão Moreira convivia há cerca de 30 anos com o agressor, Luiz Carlos Oliveira Moreira.

No último dia 12, Madaí Santos São Bernardo, de 28 anos, foi morta, no bairro Cosme de Farias, pelo namorado namorado com quem se relacionava há cerca de três meses. O crime teria acontecido durante uma discussão após a vítima tentar colocar um ponto final na relação.