Polícia

Festa, bar e briga com a mãe: confira as últimas horas antes de PM matar irmã

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Antes de matar irmã, PM agrediu outra irmã, grávida, e deu tiros para o alto ao ser barrada em bar  |   Bnews - Divulgação Montagem/ Divulgação PC

Publicado em 05/07/2022, às 15h36   Redação Bnews


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A PM Rhaillayne Oliveira de Mello, 30 anos, presa em flagrante pelo próprio marido após matar uma das irmãs dela, Rhãyna, a tiros na manhã de sábado (2), tinha agredido outra irmã, grávida, horas antes do crime. Ela também atirou para o alto ao ser barrada num bar. Neste domingo (3), Rhaillayne teve a prisão em flagrante convertida em preventiva.

O incidente foi em um posto de gasolina no bairro Camarão, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, depois de uma briga. Parentes da policial militar afirmam que Rhaillayne estava bebendo há aproximadamente 12 horas no momento em que disparou contra a irmã.

Relatos indicam que ela discutiu com ao menos quatro pessoas, além de Rhãyna: sua mãe, um motorista da Uber, o dono de um bar e sua outra irmã, que está grávida. Em seu depoimento, ela afirma não lembrar de vários momentos da noite.

Segundo o marido de Rhaillayne, o também policial militar Leonardo de Paiva Barbosa, a mulher saiu de casa entre 20h30 e 21h para uma festa de uma tia. Na saída, Rhaillayne pegou um carro de aplicativo com outra irmã, Thaillayne, e a mãe, Patrícia — Rhãyna ainda não estava com elas.

“A briga começou no retorno da festa de família (...). O motivo foi o comportamento de Rhaillayne com o motorista de aplicativo, uma vez que ela o considerou suspeito, e Patrícia e Thaillayne teriam repreendido”, narra o termo de declaração de Leonardo.

Neste momento, de acordo com depoimentos, Rhaillayne chegou a agredir as duas fisicamente e a irmã grávida teria ficado com marcas de arranhões no corpo — mãe e irmã ainda não prestaram depoimento.

Enquanto tudo isso acontecia, Rhãyna estava em um bar com o amigo. Ela soube da briga das três porque recebeu mensagens no celular e até uma fotografia de sua irmã grávida agredida.

Gabriel de Souza Motta, pai do filho de Thaillayne e cunhado de Rhãyna e de Rhaillayne, contou que estava com Rhãyna em um bar quando ela foi avisada da briga no carro de aplicativo.

“Rhãyna chegou a mostrar uma foto, daquelas que o app só permite uma visualização apenas, de Thaillayne com diversos arranhões”, diz o depoimento do cunhado.

De acordo com informações do G1 e do UOl, apesar disso, já na madrugada do crime, Rhãyna recebeu uma mensagem de Rhaillayne convidando-os para beber. Eles encontraram Rhaillayne “bebendo sozinha e mostrando sinais de que estaria sobre efeito de álcool”.

Após receber o convite da irmã, Rhãyna foi para o bar. No local, as duas irmãs conversaram tranquilamente, se divertiram e dançaram, de acordo com o depoimento. Não há informações sobre o horário exato em que as duas se encontraram pela primeira vez.

Arquivo pessoal
A PM Rhaillayne Oliveira de Mello (esq.) e a irmã Rhayna Mello (dir.)

Ainda no bar, Rhaillayne tentou intimidar o amigo de Rhãyna dizendo que "era polícia".

“Quando o bar fechou, Rhaillayne quis retornar ao estabelecimento para usar o banheiro, mas foi impedida pelos funcionários e pelo proprietário do bar”, narrou Gabriel. “Rhaillayne tentou forçar a entrada e intimidar o proprietário do bar e chegou a dar um tiro para o alto”, destacou.

Depois que saíram do bar, todos foram para um posto de gasolina. “Diante do comportamento de Rhaillayne, Rhãyna chegou a ligar para Leonardo para que levasse a PM para casa”, disse.

“Rhaillayne e Rhãyna se desentenderam e começaram a discutir. Leonardo chegou no posto e tentou acalmar a situação; mesmo assim, a briga entre as duas piorou”, prossegue o termo.

“Rhaillayne agrediu Rhãyna primeiro, desferindo-lhe um soco no cabeça; Rhãyna revidou, agredindo Rhaillayne ao ponto dela se desequilibrar e cair no chão. No momento em que Rhaillayne começou a levantar, ela sacou a sua pistola da cintura e começou a disparar na direção de Rhãyna”, detalhou.

Rhaillayne errou os primeiros disparos, mas conseguiu acertar Rhãyna, que caiu no chão ferida e sangrando, morrendo instantes depois.

Com o disparo fatal, o PM deu voz de prisão à esposa e a levou para a Delegacia de Neves (73ª DP).

Legista fala em 'psicose'

Rhaillayne admitiu em depoimento que atirou contra a irmã e que tentou socorrê-la. Ela também disse que "chegou a ver o momento em que ela ficava inconsciente".

No exame de corpo de delito, antes de ser encaminhada à prisão, Rhaillayne contou aos policiais que machucou a si mesma enquanto estava sendo conduzida à prisão: bateu com as algemas na própria testa e tentou arrancar as unhas.

O perito Celso Eduardo Jandre Boechat atesta que a PM chegou no local do exame "com comportamento sugerindo psicose ou estado pós-traumático" e "apática com os fatos relatados". Ele confirma as lesões relatadas pela PM e que ela estava sem uma das unhas da mão esquerda.

Leia também:PM admite tiro em irmã e diz que tentou socorrer; legista fala em 'psicose'

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