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Grávida perde bebê após ser encaminhada para casa em trabalho de parto; maternidade é investigada

Divulgação / Vitor Valle
Segundo o marido, a grávida teve uma gestação saudável e "estava no limite para fazer uma cesárea"  |   Bnews - Divulgação Divulgação / Vitor Valle

Publicado em 07/02/2023, às 11h37   Cadastrado por Bruno Guena


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Uma paciente conta que deu entrada em uma maternidade em Niterói, Rio de Janeiro, no início do ano, com 39 semanas de gestação, em trabalho de parto, e foi encaminhada para casa, mas quando retornou o bebê já estava morto na barriga. A Maternidade Municipal Alzira Reis, em São Francisco, está sendo investigada por uma possível negligência médica.

Esperado com ansiedade pelos pais, a garçonete Pâmela dos Santos, de 18 anos, e o chaveiro Luciano Monteiro, de 24, o bebê Luan Miguel já tinha o enxoval completo e era o primeiro filho do casal.

Segundo Luciano, sua esposa estava sentindo forte dores e contrações quando foi levada para a maternidade. Ao chegar lá, informaram para aguardar mais e a mandaram para casa.

"No dia 3 de janeiro, minha mulher estava sentindo fortes dores e contrações e a levamos para a maternidade. Chegando lá, fizeram exames, disseram para esperar mais e a mandaram para casa. No dia seguinte, voltamos porque ela continuou com dores, e a bolsa estourou. Chegamos rápido no hospital, mas quando fizeram a ultra viram que o coração do bebê estava parado. Isso foi por volta das 17h30m. Disseram que fariam um procedimento para tirar o bebê até meia-noite. Não fizeram e a deixaram parir o bebê natimorto naturalmente, às 9h do dia seguinte", disse ele ao O Globo.

Ainda de acordo com o chaveiro, a grávida teve uma gestação saudável e "estava no limite para fazer uma cesárea".

Apuração do caso

O vereador Paulo Eduardo Gomes (PSOL), presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Niterói, encaminhou um ofício à direção da maternidade exigindo esclarecimentos sobre informações no prontuário, que, de acordo com ele, parecem ser contraditórias:

"Sabemos da bela história e da capacidade profissional da Maternidade Alzira Reis. No entanto, a falta de profissionais e de investimentos certamente contribui para que tragédias como essas aconteçam. Nosso dever é denunciar e lutar para que não voltem a ocorrer. Já solicitamos mais informações para a gestão e vamos exigir que a investigação seja refeita, de preferência com a atuação do Instituto Médico-Legal e do Ministério Público", disse Paulo Eduardo.

O caso está sendo analisado também pela Comissão de Direitos Humanos da Associação Fluminense dos Advogados Trabalhistas, que conduzirá o Registro da Ocorrência na delegacia e no MP.

Através de nota, a Secretaria Municipal de Saúde disse que o caso está sendo investigado pelo Comitê Municipal de Prevenção da Mortalidade Materno Infantil e pela Comissão de Óbito da Maternidade Alzira Reis e que, depois do resultado desta apuração, será adotada a medida necessária.

“Todos os profissionais da rede municipal de saúde passam por capacitações periódicas e seguem os protocolos do Ministério da Saúde. A unidade está com equipe completa e instalações adequadas para atendimento. Segundo o boletim de atendimento, os protocolos preconizados pelo Ministério da Saúde foram seguidos”, afirma a nota.

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