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Homem é preso em GO suspeito de aplicar golpe de adoção de órfão ucraniano

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Ele recebeu R$ 10.900 prometendo facilitar a adoção do bebê, que teria ficado órfão na guerra contra a Rússia  |   Bnews - Divulgação Divulgação/ PCGO

Publicado em 20/06/2022, às 21h51   Cleomar Almeida/ FolhaPress


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Um homem de 64 anos foi preso em Belém, no Pará, depois de receber 2.000 euros (R$ 10.900) de uma mulher de Goiás a quem ele teria prometido facilitar a adoção de uma bebê ucraniana que ficou órfã durante a guerra contra a Rússia.

Auly Rosa de Paula foi preso na última quarta-feira (15), em operação conjunta das polícias Civis dos dois estados. Até o início da noite desta segunda, ele não havia constituído advogado, e a reportagem não conseguiu ouvi-lo.

A investigação começou em abril, depois de a mulher fazer a segunda transferência de dinheiro para a conta bancária do suspeito. Ela procurou uma delegacia depois que o homem parou de responder.

O delegado Paulo Ludovico, da Polícia Civil de Goiás, disse que o suspeito ganhou a confiança da vítima após dizer que era poliglota e que mantinha contato com jornalistas de guerra.

Com o passar dos dias, segundo a polícia, ao perceber que a mulher acreditava em sua versão, o suspeito também passou a citar nomes de diretores de TV para se aproximar ainda mais dela.

"Ele foi se aproximando da família da mulher, e ela confidenciou que tinha interesse em ter outro filho. Passado um tempo, ele encaminhou mensagens no WhatsApp falando que estava na Polônia, com a equipe para fazer cobertura da guerra, e que alguns jornalistas estavam fazendo adoção de crianças órfãs e solicitou 5.000 euros [R$ 27 mil]", disse o delegado. Depois de negociarem, ele aceitou diminuir o pedido para 2.000 euros, de acordo com a polícia.

"Ela teve gravidez psicológica, mas ele cessou o contato com ela, em seguida", afirmou o delegado, com base nas informações do depoimento da vítima.

Dias depois, a mulher recebeu ligação de um novo número de telefone, dizendo que todo material de comunicação do suspeito e da suposta equipe de jornalistas tinha sido apreendido pelo Exército russo e, por isso, o contato com ela teria sido interrompido.

O delegado diz que a principal hipótese é que o próprio fez a ligação.

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A investigação aponta que o idoso continuou no Brasil durante todo o período do suposto golpe. "Ele não viajou para o exterior. O que a gente tem aqui é que ele cometeu todo o crime sozinho, sem nenhum comparsa, e ficou com todo o valor", disse Ludovico.

De acordo com a investigação, uma parte do dinheiro foi transferida pela mulher para o suspeito em março deste ano, assim que ele conheceu a família dela, e a outra, em abril.

A Polícia Civil informou que o idoso tem 24 passagens pela polícia no total, por falsificação de documento, estelionato, roubo, extorsão e homicídio.

Ele também estava foragido da Justiça do Pará e, agora, a Polícia Civil de Goiás quer que ele seja transferido para Goiânia para responder por estelionato.

"Caso queiram adotar alguém, deve-se seguir todos os trâmites de adoção e sempre questionar e duvidar de qualquer facilitação porque não existe facilitação para poder adotar qualquer pessoa", alertou o delegado.

Para formalizar um pedido de adoção, as pessoas interessadas devem iniciar o processo na Vara de Infância e Juventude mais próxima de sua residência.

Em algumas cidades, é possível fazer o pré-cadastro no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, desenvolvido pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

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