Homem mata filha da ex-mulher: "Eu vou te machucar onde mais dói"

Após ser agredida pelo ex-marido, dar a ele uma nova chance e, logo depois, desistir de vez da relação, Michele Cristina Ferreira Simões, de 36 anos, ouviu a ameaça por Geraldo Pablo Santos Monsão: “Eu vou te machucar onde mais dói”. No dia 26 de fevereiro de 2022, o homem ateou fogo na casa de Michele e matou a filha dela, Richelly Gonçalves, de apenas 11 anos. No mês seguinte, o homem foi preso e condenado a 22 anos de prisão.

A vítima faz parte de uma grande multidão: em 2022, 125.704 mulheres foram vítimas de violência doméstica no Rio de Janeiro. Um levantamento feito pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) e divulgado pelo site GLOBO, mostram registros de ocorrência feitos nas delegacias. Pelos dados, a cada hora de 2022, 14 mulheres sofreram algum tipo de violência.

Nas alturas

Deputados baianos já gastaram uma bolada com passagens aéreas; confira valores

AGRONEGÓCIO

Câmara aprova Lei que exclui a silvicultura do rol de atividades potencialmente poluidoras

Michele já havia sido atacada com uma tesoura dentro de um ônibus por Geraldo, ela sofreu 12 golpes e ficou com marcas em seu corpo, antes de conseguir arremessar o objeto pela janela. A pedido dos ex-sogros, ela não registrou o caso na delegacia. Meses depois, Michele resolveu dar mais uma chance para o seu casamento, os abusos por parte de Geraldo não demoraram a voltar e a mulher se separou de forma definitiva.

"Enterrei minha filha no dia do aniversário de 12 anos dela. Todo dia sinto a culpa de ter levado o [Geraldo] Pablo para dentro da minha casa. Apesar de não saber que ele poderia fazer algo assim, me pergunto se poderia ter feito algo diferente", diz Michele.

Um trabalho feito pelo ISP indica que quase 21 mil mulheres foram vítimas de violências simultâneas, incluindo física, psicológica e moral. Na delegacia, 75% dos autores admitiram em seus depoimentos as suas motivações como ciúmes, sentimento de posse, briga, término do relacionamento e desconfiança de traição.