Polícia

Médico preso por estupro não tinha registro e não poderia anestesiar na época dos abusos

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Em 2020, portanto, o médico só poderia observar o procedimento, sob supervisão de uma anestesista  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Rede Globo

Publicado em 21/01/2023, às 15h36   Camila Vieira


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Mais um processo será movido contra o anestesista colombiano Andres Eduardo Oñate Carrillo, preso por estupro de vulnerável e investigado por exploração sexual infantil. Ele também pode responder por exercício ilegal da profissão. Segundo o inquérito, quando participou da cirurgia no Hospital Universitário da UFRJ, o Hospital do Fundão, em 2020, Andres estava terminando um curso de especialização em anestesia e foi escalado como estagiário. A condição não permitia que atuasse como anestesista. Em 2020, portanto, Andres só poderia observar o procedimento, sob supervisão de uma anestesista.

A chefe da anestesia do Hospital do Fundão afirmou que naquela condição Andres não tinha autorização para atuar como médico em nenhum hospital do território nacional, muito menos para anestesiar alguém. O coordenador explicou à polícia que, para ser habilitado, Andres deveria ter prestado o Revalida, prova que certifica estrangeiros que atuam no Brasil, para só então conseguir o registro no Conselho Regional de Medicina. O colombiano teria, ainda, que fazer uma outra prova na Sociedade Brasileira de Anestesiologia.

A médica que estava com Andres no dia do estupro no Fundão também foi ouvida pela polícia. Ela contou que em momento algum o colombiano ficou sozinho na sala, mas que ela “pode ter saído por breves momentos”. Em depoimento, ele confessou ter estuprado mulheres que estavam na mesa de cirurgia e ter produzido e armazenado vídeos de pornografia infantil. Andres se gravou abusando as pacientes.

“A identificação das vítimas foi possível em razão das informações de metadados existentes nos vídeos onde aparecem os estupros. Os hospitais também colaboraram, passando informações. As características das vítimas, horário e, conjugando com as informações dos metadados, foi possível identificar as vítimas. E foram chamadas à delegacia para depoimento, onde elas confirmaram a identificação e ficaram cientes do estupro", disse o delegado. Na terça-feira (17), a Justiça do Rio de Janeiro manteve na audiência de custódia a prisão de Andres. A decisão foi da juíza Mariana Tavares Shu.

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