Polícia

Médico suspeito de masturbar paciente durante consulta teria perguntado se a vítima “estava gostando”

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De acordo com o relato de uma das vítimas, o médico tocou em seu clitóris e passou a massageá-lo  |   Bnews - Divulgação Reprodução / Redes Sociais

Publicado em 24/06/2023, às 16h56   Cadastrado por Edvaldo Sales


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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) indiciou o ginecologista Celso Satoru Kurike por abusar sexualmente de pacientes durante atendimentos no consultório. As informações são da coluna Na Mira, do Metrópoles. Kurike foi indiciado por violação sexual mediante fraude, após pelo menos duas mulheres o acusarem de tê-las tocado de forma imprópria no momento em que estavam deitadas na maca de atendimento.

De acordo com o relato de uma das vítimas, o médico pediu que ela deitasse e colheu material para o exame preventivo. Em seguida, o ginecologista perguntou se ela sentia dores quando mantinha relações sexuais, o que foi negado pela paciente. No entanto, Kurike desconsiderou a resposta, afirmando que a paciente sentia dores “porque não era estimulada”.

À polícia, a vítima contou que, após a declaração, o ginecologista tocou em seu clitóris e passou a massageá-lo, fazendo movimentos circulares. Logo em seguida, o médico perguntou se ela “estava gostando”. Segundo a coluna, a mulher contou ter ficado em choque e, mesmo assim, Kurike prosseguiu falando como a paciente deveria manter relações sexuais e acariciou as pernas dela.

Além disso, a vítima ouviu do profissional que ela “tinha um sorriso muito lindo” e o sentiu acariciando seus cabelos. Depois disso, a paciente se vestiu e disse que ia embora. Kurike afirmou que ela iria apenas se “desse um abraço” nele. Após muita insistência, ela acabou abraçando o médico para conseguir deixar o consultório. Os relatos integram o processo que apura os crimes cometidos pelo ginecologista.

Ainda conforme a reportagem, a outra vítima que denunciou os abusos relata que procurou o hospital para agendar um atendimento ginecológico e teve horário marcado com Kurike. A paciente informou que sentia dores na cicatriz deixada pela cesariana, além de cólicas e forte fluxo menstrual.

Durante a consulta, o médico perguntou quantos parceiros sexuais a paciente havia tido na vida, se costumava sentir dores durante a relação sexual e se tinha dificuldades de chegar ao orgasmo. Após fazer o exame nas mamas e a coleta do exame preventivo, o médico, segundo a vítima, tocou em seu clitóris e fez movimentos circulares e teria dito que aquele ponto “é o local onde as mulheres sentem prazer”. O médico ainda afirmou que, caso ela tivesse “dificuldades para chegar ao orgasmo, ele ajudaria”.

Bruno Félix, advogado de defesa de uma das vítimas, afirmou que a semelhança dos depoimentos serve com prova cabal dos crimes cometidos pelo médico. Bruno pontuou que “nos crimes contra a dignidade sexual, a palavra da vítima possui especial relevância, visto que, na maioria das vezes, os fatos criminosos são praticados sem a presença de testemunhas. Por isso, é importante que as pessoas não tenham medo de procurar as autoridades em situações como essas”.

O Conselho Regional de Medicina no DF (CRM-DF) informou que o médico já teve sua conduta apurada por meio de processo ético-profissional. O advogado Eduardo Teixeira, que trabalha na defesa de Kurike, disse que o inquérito policial se encontra em segredo de justiça e que “já foram apresentados, nos autos da investigação, todos os elementos informativos aptos a demonstrar a falsidade da acusação”.

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