Polícia

"Misto de sensações": Filha que presenciou morte da mãe desabafa sobre julgamento do caso

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Julgamento poderá condenar homem que matou ex-companheira na frente das filhas  |   Bnews - Divulgação Reprodução/TV Bahia
Sanny Santana

por Sanny Santana

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Publicado em 08/08/2023, às 05h30


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"Misto de sensações", é como Lara Rios define a ida ao julgamento de Luiz Carlos Ferreira da Silva, acusado de matar sua mãe, a cabeleireira Alessandra Souza Rios, de 40 anos. O homem será julgado, em júri popular, nesta terça-feira (8), no Fórum da Comarca de Ipirá, cidade que fica a 210km de Salvador.

Lara e sua irmã presenciaram o crime, que ficou marcado não apenas na mente das jovens, mas também na lembrança de todos que souberam do caso, ocorrido em 17 de janeiro de 2022.

Em entrevista ao BNews, Lara desabafou e contou sobre a expectativa diante do julgamento. "A gente espera que dê tudo certo, que a justiça seja feita e que se coloque um ponto final nesse caso porque tem sido muito difícil a espera", declarou. 

Ela também afirmou que o julgamento traz "um misto de ansiedade e alívio", mas também sofrimento, já que, após tanto tempo, reviverá o crime e irá reencontrar o homem que ceifou a vida de sua mãe.

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"Um misto de sensações, ansiedade, aflição, de certa forma uma tortura a gente saber que vai ter que reviver tudo isso porque a gente vai ter que falar tudo de novo", declarou.

"Esses dias está sendo difícil, saber que a gente [Lara e Luiz] vai ter que se encontrar novamente, não sei como está a cabeça dele hoje em dia. Mas a gente tem que ser forte", completou a jovem. 

A filha da vítima também declarou ter fé de que a justiça será feita. "Temos preparado nossa mente para que dê tudo certo", afirmou Lara, que irá depor no julgamento junto com a sua irmã, já que ambas presenciaram o feminicídio.

O crime

Alessandra Rios já estava separada de Luiz Carlos, ex-marido e pai de suas filhas, quando ele interrompeu sua vida em janeiro de 2022. A mulher, que chegava de uma festa na companhia de suas duas filhas gêmeas, foi surpreendida pelo suspeito logo no início daquela manhã de segunda-feira. O caso aconteceu na cidade de Ipirá, no centro-norte do estado.

Alessandra estava em um carro, chegando na casa da família. Para chamar a atenção da mulher, Carlos furou os pneus de um veículo que estava estacionado na frente da residência. Ele se escondeu atrás do carro, esperou a vítima descer do veículo que dirigia para verificar a situação e deu quatro tiros contra a cabeleireira. Os tiros acertaram a vítima no braço, costas e peito.

"Ele apareceu na frente dela atirando, quando ela recebeu o primeiro tiro no braço, se virou e tentou fugir, mas ele atirou mais três vezes. Uma das filhas correu atrás do pai, mas ele atirou e pediu para que ela voltasse", contou uma amiga da vítima.

Alessandra morreu enquanto era amparada pelas filhas. Ela chegou a ser levada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Após efetuar os disparos, o homem fugiu, mas foi localizado e preso pela polícia em uma propriedade rural.

Alessandra, ou Sandra, como era conhecida, era uma famosa cabeleireira da cidade e tentava reconstruir a vida depois que seu salão foi alvo de um incêndio criminoso, em junho de 2021, que teria sido causado por Luiz.

Com ajuda de amigos e conhecidos, a mulher conseguiu reabrir o estabelecimento comercial em setembro do mesmo ano.

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