Modelo Bruno Krupp recebe alta de hospital público 12 horas antes de entrar em unidade privada; assista

Imagens de sistema de segurança mostram o modelo Bruno Fernandes Moreira Krupp, de 25 anos, deixando o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, na madrugada de domingo (31), após receber alta médica da unidade. Nas imagens obtidas pelo jornal O Globo, o rapaz - preso preventivamente por atropelar e matar o estudante João Gabriel Cardim Guimarães, de 16 anos - aparece saindo de maca em um carro particular, às 4h05 - quase 12 horas antes de dar entrada no Hospital Marcos Moraes, no Méier, na Zona Norte da cidade, às 16h24.

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Há dois dias, segundoa a publicação, ele foi transferido para Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Hamilton Agostinho Vieira de Castro, localizada dentro do Complexo de Gericinó, em Bangu, onde recebe antibióticos e trata das lesões da pele provocadas pelo acidente.

As gravações das câmeras de segurança do Lourenço Jorge foram solicitadas pelo delegado Aloysio Berardo Falcão de Paula Lopes, adjunto da 16ª DP (Barra da Tijuca), e vão integar dois inquéritos: um que investiga o homicídio praticado por Bruno Krupp e outro que apura os crimes de falsidade ideológica e fraude processual supostamente praticados pelo médico Bruno Nogueira Teixeira. Segundo O Globo, o profissional, contratado pela família do modelo, foi intimado para prestar depoimento sobre o caso nesta terça-feira.

Bruno Teixeira foi contratado como assistente pela família do rapaz e alegou problemas nos rins do jovem e a eventual necessidade de sessões de hemodiálise, embora a equipe da unidade de saúde já tivesse emitido parecer liberando o rapaz para ser levado ao sistema prisional por apresentar quadro estável.

Também por solicitação dele, Bruno Krupp - que teve habeas corpus negado - foi levado para realização de exames de ressonância magnética a outro hospital da rede, na Barra da Tijuca. Uma guarnição de policiais militares do 3º BPM (Méier), que o acompanha desde que recebeu voz de prisão pelos agentes da 16ª DP, escoltou a ambulância que o transportava nesse trajeto.

Bruno Krupp deu entrada no Marcos Moraes após ter alta do Lourenço Jorge, para onde foi levado em ambulância do Corpo de Bombeiros com João Gabriel após o acidente. Na ocasião, o modelo dirigia uma moto, na altura do Posto 3 da orla da Barra da Tijuca, quando atingiu o estudante, que teve a perna decepada. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu horas após dar entrada na unidade.

O crime de fraude processual está previsto no artigo 347 do Código Penal e consiste no ato de modificar intencionalmente dados de processo, com intuito de levar juiz ou perito a erro. A pena prevista é de três meses a dois anos de detenção, além de multa. Já a falsidade ideológica, tipificada no artigo 299 do mesmo dispositivo legal, prevê cinco anos de reclusão mais multa a quem mentir em documento público ou particular.

O médico não retornou os contatos feito pelo Globo. O advogado Willian Pena, que representa a família, informou ainda que não foi comunicado sobre o novo inquérito.