Polícia

Operações miram grupos de extermínio e mineração ilegal na BA; policiais estão envolvidos

Divulgação/ SSP
Operação acontece na manhã desta terça-feira  |   Bnews - Divulgação Divulgação/ SSP
Bernardo Rego

por Bernardo Rego

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Publicado em 06/06/2023, às 07h47 - Atualizado às 08h40



Uma força-tarefa deflagrou duas operações e cumpre mandados de prisão e de busca e apreensão contra um grupo de extermínio e de mineração ilegal nos municípios baianos de Santaluz, Jacobina, Valente e Santa Bárbara, nesta terça-feira (6). A Força Correicional Especial Integrada (Force) da Corregedoria-Geral da Secretaria da Segurança Pública, a Polícia Federal e o Ministério Público tem como alvos policiais e pessoas ligadas a diversos delitos. Armas, entre revólveres e facas, munições, material de garimpo e celulares já foram apreendidos. 

Em mais uma fase da Operação Urtiga foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e seis pessoas foram presas, entre elas cinco policiais e um garimpeiro. Os suspeitos são investigados por integrar organização criminosa que atua na Região do Sisal, na Bahia, especializada em crimes contra a vida com características típicas de grupos de extermínio.

Já durante a Operação Garça Dourada, cerca de 60 policiais federais estão cumprindo oito mandados de busca e apreensão, nos municípios de Santa Luz, Cansanção e Nordestina; e dois mandados de prisão preventiva, todos expedidos pela 2ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Feira de Santana.

Investigadores da Polícia Federal (PF), que atuam na Operação Garça Dourada, identificaram que os investigados, há anos, praticam a extração ilegal de ouro, na região de Santaluz, tendo evoluído no crime para a construção de laboratórios, onde recebem e refinam “rejeitos” de moagens, executadas por garimpeiros ilegais, através de processo químico industrial. O ouro é extraído do “rejeito” pelo procedimento da lixiviação, com a utilização de grande quantidade de cianeto de sódio.

A prática ilegal, de acordo com a PF, pode causar grande impacto para a saúde humana e para o meio ambiente local, tendo em vista a utilização ilícita de cianeto de potássio ou cianeto de sódio, substâncias altamente tóxicas e cuja compra e uso são controlados pelo Exército Brasileiro.

Operações Urtiga e Garça Dourada

A operação Urtiga foi deflagrada pela Força Correcional Especial Integrada da Corregedoria Geral (Force) da Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP), em parceria com o Ministério Público estadual, por meio do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), e Polícias Federal; Civil, por meio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e Corregedoria da Polícia Civil da Bahia (Correpol); e Militar, por meio da Corregedoria da PM. 

Com participação de 140 policiais, a Urtiga teve início a partir da investigação de dois inquéritos policiais, sendo um para apurar o homicídio de um homem que ocorreu no Município de Cansanção, em março de 2022, e outro inquérito da Polícia Federal a fim de apurar crimes ambientais.

Os investigados da Garça Dourada poderão responder pelos crimes de usurpação de bens da União, associação criminosa, posse de artefatos explosivos, extração ilegal de recursos minerais e uso/armazenamento ilícito de substância tóxica, perigosa e nociva. As penas, somadas, podem chegar a 19 anos de reclusão.

Classificação Indicativa: Livre

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