Ouça o áudio enviado por morador a traficantes que motivou morte de líder quilombola

A troca de mensagens entre as pessoas envolvidas na morte da líder quilombola Maria Bernardete Pacífico, ocorrida em agosto deste ano, na associação do Quilombo Pitanga dos Palmares, no município de Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador (RMS) foram divulgadas pela Polícia Civil, nesta quinta-feira (16).

Conforme apurado pelo órgão, a motivação do crime teve início com a insatisfação de um morador do quilombo com a reprimenda de Bernadete Pacífico acerca da exploração ilegal de madeira praticada por ele naquela região. O homem instigou o crime e auxiliou os executores na ação delituosa.

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Ele enviou áudios aos líderes do tráfico, informando que a vítima estaria acionando a polícia para desarticular eventos suspeitos, em um bar na comunidade Pitanga dos Palmares, na área quilombola. (ouça abaixo).

"O Alisson, eu fiquei sabendo aqui dentro, no quilombo, que Bernadette falou que no dia da festa vai cercar tudo de polícia e vai pegar todo mundo aí... Ela tá mandando um carro preto cheio de polícia, vai tirar foto das barracas. Tudo é policial civil, vai pegar vocês tudo de surpresa [..] Você fica ligado aí ó, avisa a café, que é ela que tá mandando as polícias praí. Fica ligado nos carros pretos aí, que é polícia e vai pegar vocês tudo na moita. Vai cercar tudo no dia da festa lá na barragem ", disse.

Em outro momento, ele completa: "Pega o celular que você levou, tira a bateria e enterra o celular que tá com rastreador da federal. Esconde bem escondido, arranca o chip e desliga o celular... Enterra essa peste, ela tá com rastreador um aí que você levou, o dela tá com rastreador", explicou o homem.

Ouça o áudio enviado por morador a traficantes que motivou morte de Mãe Bernadete pic.twitter.com/EJ8HHLjddQ

— BNews (@bnews_oficial) November 16, 2023

Com as informações, um criminoso acusado de liderar o tráfico na região ordenou a morte de Mãe Bernadete aos executores. O homem também facilitou a entrada dos autores no imóvel. Após o crime, um dos envolvidos facilitou a fuga de um dos atiradores e guardou as armas utilizadas no homicídio.

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Entre os seis envolvidos, dois encontram-se com mandados de prisão em aberto e, portanto, foragidos. Outro teve a prisão solicitada ao Poder Judiciário. O executor ainda não localizado é fugitivo do sistema prisional e tem condenação por homicídios cometidos em Simões Filho e Madre de Deus. Diligências continuam no sentido de localizar os foragidos.