Pai de enfermeira morta por padrasto deu depoimento emocionado após sepultamento

O pai da enfermeira Mariana Angélica Borges de Souza, de 28 anos, morta a golpes de facão e faca na companhia do namorado, deu um depoimento emocionado ao deixar o Cemitério Bosque da Paz, em Salvador, onde a filha foi sepultada na manhã desta quarta-feira (24). O advogado Nilson Borges falou pausadamente e com a voz embargada durante entrevista a TVs locais que teve uma má impressão do companheiro da ex-esposa, suspeito de cometer os crimes.

De acordo com ele, a filha nunca relatou ter qualquer desavença com padrasto, mas que, em um determinado dia, ao ver David Silva Barbosa, 45, na casa da ex, suspeitou da conduta do homem. Desde então, Nilson não mais visitou a filha no imóvel.

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"Só o vi uma vez, mas como meu santo é forte, nunca mais entrei [na residência onde a filha morava com o suspeito e a mãe]. Eu disse a ela, por força da profissão: 'minha filha, me dê a ficha desse rapaz para eu ver quem ele é', mas ela me disse: 'não, meu pai, ele é gente boa, é o namorado da minha mãe'. Eu achei que estava tudo sob controle. Eu fico triste porque ele está na rua, só a minha filha que está presa”, desabafou Borges.

David confessou em depoimento à polícia no mesmo dia do crime que matou a enteada e o namorado dela durante uma discussão. Ele acreditava que tinha sido alvo de piadas do casal, além de ter relatado ser humilhado pela enfermeira por estar desempregado e não contribuir com as despesas da casa. O homem passou por uma audiência de custódia no final da manhã desta quarta-feira (24) e teve a prisão preventiva decretada.

Dor

“Perdi um pedaço de mim, minha parceira, minha amiga, meu chão…. Me mudei para Jiribatuba [Ilha de Itaparica] porque achava que tinha cumprido minha missão, fui buscar a paz e ficar lendo. Ela me disse que eu estava em paz, que sabia que eu estava feliz, porque ela sempre quis que nós fossemos felizes.”, completou o pai da enfermeira antes de ir às lágrimas.

De acordo com a delegada responsável por investigar o caso, Pilly Dantas, do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), a mãe de Mariana prestou depoimento horas após os crimes e negou que o marido sofria humilhação por parte dela e da enteada.

Segundo apuração da Record TV Itapoan, a enfermeira estava com medo do padrasto, que nos últimos meses relatava estar sendo perseguido e humilhado, e havia comentando sobre o comportamento dele com pessoas mais próximas. Inclusive, o namorado dela, André Couto Passos, de 26, passou a dormir na casa da companheira para que ela se sentisse mais segura. A delegada diz, no entanto, que o homem não tem histórico de violência.