Polícia

Saiba o que disse a mãe que teve a filha e o genro mortos pelo marido enciumado

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Mãe deu o depoimento ainda muito emocionada na tarde de terça-feira (23)  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Record TV Itapoan
Nilson Marinho

por Nilson Marinho

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Publicado em 24/05/2023, às 09h42


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A mãe da enfermeira Mariana Angélica Borges de Souza, de 28 anos, morta a golpes de faca e facão na companhia do namorado, André Couto Passos, de 26, prestou depoimento à polícia na terça-feira (23) ainda muito abalada com as mortes recentes da filha e do genro. Maria de Lourdes não confirmou a versão do marido, David Silva Barbosa, 45, suspeito dos crimes, de que ele era humilhado pela família por estar desempregado e não poder contribuir com as contas da casa.

Maria de Lourdes foi ouvida na sede da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro de Itapuã, pela delegada Pilly Dantas. Já David passou por exames de lesões corporais na tarde de terça no Departamento de Polícia Técnica (DPT). Ao chegar no local ele preferiu o silêncio ao ser abordado pela imprensa. O suspeito vai passar por uma audiência de custódia nesta quarta-feira (24).

“Foi um depoimento com declarações emotivas, em um momento de muita sensibilidade, pela perda recente. Não há histórico de violência, nenhum episódio de violência contra a companheira e a vítima, Mariana. A motivação desse crime tão bárbaro foi o sentimento interno deste próprio autor, das vivências e sentimentos dele. Com tamanha violência, foi algo motivado por muita fúria e raiva, isso temos como comprovar”, comentou a delegada em entrevista à Record TV Itapoan na manhã desta quarta.

Humilhações

Ainda de acordo com a delegada, David disse em depoimento que era humilhado pela enteada pelo fato de ser o único da casa que não contribuia com as despesas domésticas. O suspeito também afirmou à polícia que, no dia do crime, ouviu risos vindo do quarto da enfermeira e que foi até o cômodo tirar satisfação porque acreditava que era o “alvo da piada”. Ele também disse ter ciúmes da relação entre mãe e filha.

“A companheira nega qualquer forma de humilhação. Ela conta que ele teria se isolado e que seria um sentimento dele próprio, por não ter como compartilhar das despesas da casa, por estar desempregado há alguns anos”, continuou Pilly.

Abandono

O suspeito também relatou à delegada que temia ser abandonado pela família, já que a esposa e a enteada pretendiam se mudar para um novo endereço. Maria de Lourdes negou a intenção de terminar o relacionamento e disse que na nova casa já havia uma suíte preparada para os dois.

“Com relação à mudança, a mãe confirmou que eles iriam se mudar, que estavam acertando um novo apartamento. Residiam no imóvel a mãe, o suspeito e a filha. O suspeito tinha conhecimento dessa mudança e sabia que também iria se mudar, apesar de achar que não. A mãe de Mariana disse que a mudança seria feita com ele, que o suspeito foi chamado para fazer uma visita ao imóvel, mas resistiu e não foi ver. Teria uma suíte que seria oferecida para a mãe da vítima e o suspeito”, completou a delegada.

David tinha um relacionamento de 13 anos com a mãe da enfermeira e há 7 todos dividiam o mesmo teto. Ele trabalhava como vigilante, mas estava desempregado há 3 anos. Mariana atuava no Instituto de Perinatologia da Bahia (Iperba) e Maria de Lourdes é cuidadora de idosos. André não morava na casa da família da namorada, mas estava na residência no dia do crime. Ele era funcionário de uma empresa que presta serviços à Secretaria Municipal de Educação (Smed).

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