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Faca cravada no peito, ciúmes e dependência: o que disse o homem que matou casal em Salvador

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O casal foi morto a golpes de faca e facão dentro de um apartamento em Matatu de Brotas  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Redes sociais
Nilson Marinho

por Nilson Marinho

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Publicado em 23/05/2023, às 14h00


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David Silva Barbosa, de 45 anos, é descrito pela investigação da Polícia Civil como um homem “grande e corpulento” de mais de 1,80 m e cerca de 95 quilos. Em um momento de fúria durante a madrugada desta terça-feira (23), como relatou em depoimento, ele matou a enteada, a enfermeira Mariana Angélica Borges Gomes, de 28 anos, e o namorado dela, André Couto Passos, de 25, no bairro de Matatu de Brotas, em Salvador. A mulher foi encontrada com uma faca tipo peixeira cravada no peito.

David convivia com a mãe de Mariana, uma cuidadora de idosos chamada Maria de Lourdes, há 13 anos e dividia o mesmo espaço que a família, um imóvel na Rua Barros Falcão. Ele já trabalhou como vigilante, mas estava desempregado há 3 anos.

Confissão

De acordo com informações da delegada Pilly Dantas, do Departamento de Homicídios e Proteção À Pessoa (DHPP), o autor confesso do crime disse que estava se sentindo humilhado e que era constantemente vítima de chacota por parte da filha da esposa pelo fato de depender financeiramente de Maria de Lourdes. Ele também tinha ciúme da relação de mãe e filha.

Ainda segundo a delegada, o homem disse que a enfermeira reclamava porque a mãe emprestava o cartão de crédito e exigia que ela deixasse de fazer as refeições para ele, que ficava em casa durante todo o dia, enquanto as duas trabalhavam. O vigilante suspeitava ainda que a esposa tinha intenções de mudar de endereço e abandoná-lo.

A delegada informou ainda que David relatou que, momentos antes do crime, ouviu a enteada rindo no quarto, na companhia do namorado, e que imaginou que o casal estaria “tirando sarro”. A discussão teria começado no quarto de Mariana, que foi arrombado pelo vigilante.

Agora, a Polícia Civil quer saber se David já entrou armado dentro do cômodo ou pegou uma faca tipo peixeira em uma mesa da sala durante uma luta corporal com as vítimas, como relatou em depoimento.

“Ele alegou legítima defesa e disse que fez em um momento de raiva. Disse também que estava cansado de ser humilhado. O suspeito também usou um facão para ferir as vítimas. A casa estava toda revirada, todos os móveis jogados. Com certeza, as vítimas, por estarem juntas, tentaram se defender”, comentou a delegada.

Descoberta

Moradores de casas vizinhas chegaram a ligar duas vezes para a Polícia Militar após escutarem pedidos de socorro. Um deles ligou diretamente para Maria de Lourdes que, no momento do crime, estava no trabalho. Ao chegar em casa, a mulher não conseguiu entrar no imóvel porque o marido trancou a porta pelo lado de dentro. A cuidadora de idosos autorizou que os agentes policiais arrombassem o apartamento.

Dentro da residência, foram encontrados os corpos da enfermeira e do namorado. O suspeito estava caído sobre uma poça de sangue. Ele se fingiu de morto, mas ao chegar em um hospital uma equipe médica verificou que o paciente tinha apenas uma sutura no braço. David foi ouvido na sede do DHPP e passará por uma audiência de custódia.

Classificação Indicativa: Livre

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