Polícia

PM é presa em Salvador por suspeita de manter homem em condições análogas à escravidão

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A vítima de 59 anos teria sido mantida em condições análogas à escravidão em Brotas  |   Bnews - Divulgação Reprodução/RecordTV Itapoan

Publicado em 24/03/2023, às 11h26   Redação BNews


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Uma policial militar de 51 anos foi presa na noite de quinta-feira (23), no bairro de Brotas, em Salvador, por suspeita de torturar um homem de 59 anos e submetê-lo a condições de trabalho análogo à escravidão. De acordo com a Polícia Civil, a agente policial foi autuada pelos crimes na Central de Flagrantes para onde foi levada pelos colegas de farda.

Ainda de acordo com a instituição, a suspeita está à disposição da Justiça e um inquérito foi instaurado para apurar as denúncias. O trabalhador foi ouvido na unidade policial e deve passar por um exame de corpo de delito.

Versão

Em entrevista à TV Bahia, o homem afirmou que sofre com as agressões da patroa há um ano e cinco meses. Ele mostrou marcas de violência espalhadas pelo corpo. As feridas e cicatrizes teriam sido provocadas pela policial militar, que o contratou para cuidar da mãe dela, uma idosa que vive acamada.

Ainda de acordo com a versão dele, as agressões aconteciam sempre que a patroa ficava insatisfeita com alguma atividade. A PM teria lhe dado murros e o agredido com uma corrente e um cadeado. Os dois teriam uma relação de trabalho de cerca de 10 anos.

Durante esse período, o trabalhador sempre voltava para casa após o final do expediente, mas a situação teria mudado nos últimos 10 dias, quando, supostamente, ele foi mantido em cárcere privado. “Pensei até em tirar minha vida”, lamentou o homem à afiliada da TV Globo.

Resgate

Na última terça-feira (21), sete trabalhadores da construção civil, entre eles um adolescente de 16 anos, foram resgatados em situação análoga à escravidão em Barra Grande, na Península de Maraú, litoral sul da Bahia.

Os homens estavam trabalhando em uma obra no local e foram encontrados por uma força-tarefa formada por diversos órgãos. O grupo foi retirado do espaço de trabalho, que era também o alojamento, e levado para uma pousada paga pelo empregador.

Os trabalhadores prestavam serviços para duas construtoras, uma com sede em São Paulo e outra no próprio município. Eles trabalhavam sem registro de contrato de trabalho e equipamentos de segurança. Além disso, estavam vivendo em um alojamento sem fornecimento de água potável e local para refeições. As jornadas de serviço chegavam até 52 horas semanais.

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