Polícia

Punição para quem avisa sobre blitz divide opinião entre os baianos

Bruno Concha/ SECOM
Existe um projeto de lei tramitando no Senado Federal que busca criminalizar a conduta de se divulgar informação relativa a local, data ou horário de blitz  |   Bnews - Divulgação Bruno Concha/ SECOM

Publicado em 22/06/2022, às 08h58 - Atualizado às 09h30   Karine Pamponet


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A notícia sobre a prisão em flagrante de uma mulher de 25 anos, nesta terça-feira (21), por divulgar a realização de uma blitz em Poços de Caldas (MG), tem gerado discussões sobre o assunto. Enquanto há quem apoie a postura da Polícia Federal pelo ato de coibir esse tipo de informação, tem também  aqueles que acham a atitude exagerada.

A empresária baiana, Lindomar Azevedo, diz não saber ser crime passar informações de trânsito. “Acredito que, entre grupos de amigos, as mensagens devam ser livres. É um serviço porque a blitz não é só para quem bebe ou para quem problemas de documentação. Ela causa engarrafamento, desconforto no trânsito e o motorista pode ter pressa ou horário para chegar ao destino e preferir evitar essa rota. Por exemplo quem precisa embarcar no aeroporto. Se chegar atraso por causa de blitz perde o voo e ainda tem despesas para remarcar a passagem ”, disse em entrevista ao BNews.

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A socióloga Mariana Araújo também defende a liberdade de expressão entre amigos. “Não é uma divulgação em rede nacional, jornal, mídias. A intenção não é desarticular ou inviabilizar a operação. Até porque quem fala nos grupos com amigos normalmente passou ou caiu nela. No universo de motoristas que rodam a cidade diariamente, a quantidade de pessoas que fica sabendo sobre a blitz é muito pequena para ser motivo de prender alguém”, afirmou. “Se for prender todo mundo que avisa, não terá espaço na cadeia para os criminosos”, completou a socióloga.

Já para o engenheiro civil, Pedro Nascimento, se todas as blitze forem avisadas em grupos, perderia o sentido da operação. “Normalmente quem quer saber sobre a realização desse tipo de intervenção de segurança é porque deve algo, seja documentação atrasada ou por ter ingerido álcool. Para que a blitz tenha sucesso ela precisa do caráter surpresa”, defende.

Até agora não existe uma lei regulamentando especificamente esse tipo conduta entre os motoristas. Porém, já existe um projeto de lei tramitando no Senado Federal que busca criminalizar a conduta de se divulgar informação relativa a local, data ou horário de ação de fiscalização de trânsito, "blitz" ou similar (PL 3734/2019), inserindo o artigo 311-A, no Código de Trânsito Brasileiro, com pena de seis meses a um ano de detenção, ou multa.

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