Polícia

Quadrilha utilizava aplicativo de conversas instantâneas para divulgar os golpes

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O chefe da quadrilha conhecido como Juninho ainda está foragido  |   Bnews - Divulgação Divulgação/ PC-SC

Publicado em 28/02/2022, às 08h16   Redação BNews


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A quadrilha comandada por Alexandre Navarro Júnior, o Juninho, de 28 anos, conhecida como “Família Errejota” utilizava do aplicativo de conversas instantâneas, WhatsApp, para compartilhar detalhes do golpe, fotos das vítimas e até debochar da possibilidade de prisão dos integrantes do grupo. De acordo com a Polícia Civil de Santa Catarina, área de atuação do grupo, os golpes eram organizados em um apartamento situado em Copacabana. Alexandre é noivo da blogueira carioca Rayane da Silva Figliuzzi, de 24 anos, que acumula cerca de 88 mil seguidores nas redes sociais e, atualmente, cumpre prisão domiciliar no interior do Rio.

Segundo informações do jornal O Globo, em um dos diálogos anexados ao processo movido contra a quadrilha, é possível ver o diálogo entre Gabriel Barros, um dos responsáveis por coletar cartões de créditos das vítimas, e o Juninho:  "Boa foto para guardar de recordação na cadeia, condenado por três anos". Uma das jovens que atuava como "telefonista", fazendo o primeiro contato com os enganados pelo esquema, reclama: "Que horror". A pena para condenados por estelionato que sejam réus primários varia de 1 a 5 anos de prisão.

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Do apartamento em Copacabana, a quadrilha entrava em contato com as possíveis vítimas se passando por funcionárias de instituições bancárias e comunicavam compras suspeitas feitas com cartão de crédito. Durante a conversa com a vítima as “telefonistas” do grupo pediam os dados do cartão e inclusive a senha. Ainda segundo as investigações da polícia, o próximo passo era convencer a vítima a quebrar o cartão sem danificar o chip.

A quadrilha informava, então, que um funcionário iria ao encontro do cliente para recolher o cartão descartado e assinar alguns documentos, que atestariam não ser ele o autor das compras citadas anteriormente. Esse integrante da quadrilha, papel exercido por Gabriel, se apresentava sempre bem vestido, com ternos e crachás falsos dos bancos, em uma estratégia que, mais uma vez, também ajudava a convencer as vítimas.

A forma de trabalho da quadrilha e como escolhiam o perfil das vítimas foi possível através da análise das conversas de WhatsApp. "As ricas de Curitiba são piores do que as ricas do RJ. Eu consegui falar com três até agora. Duas foram para gerente e eu nem cheguei a falar metade do script. O terceiro ainda ouviu tudinho e disse que iria ligar, mas não ligou, e a linha não segura mais de dez segundos", diz uma integrante da quadrilha.

Os integrantes do grupo também se irritam com os gerentes dos bancos que conseguem evitar que os clientes caiam no golpe. "Desliguei, estava tramando com o gerente. Ele mandou um áudio para ele falando que era golpe e que já fazia uns dias que estávamos atacando a região", relata uma das telefonistas. "Hoje o 'fdp' do meu estava fazendo a mesma coisa", retruca outra. "Dá um ódio", arremata a primeira.

Rayane, Juninho, Gabriel e outros membros da quadrilha tiveram a prisão preventiva decretada em novembro do ano passado. Mas, no dia 19 de janeiro, a Justiça catarinense concedeu à blogueira carioca o direito à prisão domiciliar, em virtude do filho recém-nascido que ela teve com Alexandre. O benefício foi estendido, por motivos semelhantes, a outras quatro denunciadas: Maiara Alves Teixeira, Isabela de Oliveira Dolores, Joyce Kelen Farias da Silva e Yasmin Navarro, irmã de Juninho e também blogueira.

Além das cinco mulheres em prisão domiciliar, o único réu já localizado pela polícia foi Henrique, encontrado com cartões de vítimas e maquininhas em um imóvel na Avenida Trompowsky, uma das regiões mais nobres e valorizadas de Florianópolis. Foi a partir dele, também integrante do grupo "Família Errejota", que a polícia conseguiu chegar aos outros acusados, que, assim como Juninho, o chefe da quadrilha, permanecem foragidos.

“ Esse grupo foi denunciado não só pelo crime de estelionato, mas também pelo de organização criminosa. Há provas robustas nos autos de que eles atuaram não só em Santa Catarina, mas também, pelo menos, no Rio de Janeiro” explica o delegado Attilio Guaspari Filho, responsável pelo inquérito.

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