Travesti diz ter sofrido transfobia no primeiro dia de trabalho no Mater Dei

Uma travesti acusa uma funcionária de uma empresa terceirizada, que presta serviços para o Mater Dei Salvador, de impedi-la de trabalhar nesta segunda-feira (31) devido a sua identidade de gênero. O caso de transfobia foi registrado na 7º delegacia do Rio Vermelho.

A vítima identificada como Luna diz que foi contratada para fazer diárias de limpeza em uma ala do hospital que será inaugurada nos próximos dias. Ao chegar no primeiro dia de trabalho, ela teria ouvido de uma funcionária que não poderia prestar serviços à rede hospitalar por ser uma travesti.

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“Quando eu cheguei lá ela apenas perguntou: ‘você é travesti?’. Eu falei que era e então ela me disse que eu não poderia trabalhar [...] Foi uma humilhação, ela disse isso na frente de todo mundo, me deixou plantada e sequer me levou até a porta”, disse Luna em entrevista à TV Record Itapoan. Abalada com a transfobia, a vítima tentou tirar a própria vida.

O Mater Dei Salvador informou, por meio de nota, que está acompanhando as investigações sobre a denúncia contra equipe terceirizada, e que está agindo em cooperação com os órgãos competentes. Diz ainda que, de acordo com a responsável pela seleção, Luna não foi convocada pois as vagas necessárias já haviam sido preenchidas. (veja abaixo a nota na íntegra)

Segundo o delegado Nilton Borba, titular da 7º Delegacia, a vítima, testemunhas e a funcionária da empresa tercerizada serão ouvidas. "Vamos convocar as pessoas que teriam cometido o crime e apurar as circunstâncias. Se realmente aconteceu dessa forma, ela foi segregada do mercado de trabalho por sua identidade de gênero. Isso é crime previsto por lei e podemos indiciar as pessoas".

Nota da Rede Mater Dei

A Rede Mater Dei de Saúde informa que está acompanhando as investigações sobre a denúncia contra equipe terceirizada da obra do Centro Médico do Mater Dei Salvador e agindo em cooperação com os órgãos competentes para o mais preciso esclarecimento do caso.

Antes de mais nada, temos como valor inegociável o respeito ao ser humano, o comprometimento com a inclusão e o acolhimento à diversidade – além de possuirmos no quadro de funcionários profissionais de diferentes gêneros e identidades sexuais.

A Rede Mater Dei lamenta o ocorrido entre uma empresa terceirizada e uma candidata a prestadora do serviço de limpeza. De acordo com a responsável pela seleção, Luna não foi convocada pois as vagas necessárias já havia sido preenchidas e não houve qualquer relação de escolha em função da divergência entre seu nome civil e seu nome social.

Como uma das principais redes de saúde do país, reiteramos nossa preocupação com o fato e vamos reforçar o treinamento e a capacitação de todas as empresas tercerizadas de acordo com nossos programas de diversidade e inclusão.

A Rede Mater Dei mantém o Programa de Ética e Integridade contando, inclusive, com um Canal Confidencial, uma plataforma independente que possibilita a comunicação segura e, se desejada, anônima, de condutas consideradas antiéticas ou que violem os princípios, padrões de conduta e/ou a legislação vigente.

Com uma trajetória de mais de 40 anos de serviços prestados à comunidade, a Rede Mater Dei de Saúde mantém elevados níveis de excelência e credibilidade, permanecendo como uma referência em atendimento médico-hospitalar e no cuidado com a saúde e o bem-estar dos brasileiros.