Política

Documentos registram possíveis doações de construtoras a políticos e partidos

Publicado em 12/12/2014, às 06h36   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Documentos apreendidos nas sedes das construtoras Queiroz Galvão e Engevix revelam registros de repasses que teriam sido feito pelas empresas a políticos e partidos que participaram das eleições deste ano. Não há confirmação de que os pagamentos foram efetivamente feitos e, em caso afirmativo, se foram feitos legalmente ou não. Nos registros constam nomes de candidatos tanto do governo quanto da oposição. 

As construtoras investigadas por suspeita de envolvimento no cartel para fatiar obras da Petrobras. Em um dos documentos apreendidos na Engevix aparecem registros de valores que não foram declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como doações de campanha neste ano. Já na Queiroz Galvão, os valores anotados estão direcionados a “Padilha”, numa suposta referência ao candidato do PT ao governo de São Paulo Alexandre Padilha; “Lindinho”, em possível alusão a Lindberg Farias, concorrente do PT no Rio; “Pé Grande”, que pode ter relação com o governador reeleito pelo PMDB, Luiz Fernando Pezão.

Também há o registro de "Picciani", possível referência a Jorge Picciani, presidente do PMDB do Rio ou a seu filho, Leonardo Picciani, eleito deputado federal. Os valores anotados não guardam correlação aparente com as doações registradas no TSE.

Na anotação aparece também "R. Jucá". O senador Romero Jucá (PMDB-RR) ainda está no meio do mandato de oito anos e não disputou cargo eletivo neste ano. Mas seu filho Rodrigo Jucá foi candidato a vice-governador na chapa de Francisco Rodrigues (PSB), que recebeu R$ 928 mil da Queiroz Galvão.

Uma outra planilha – esta digitada e com algumas anotações a mão – registra um cronograma de supostos ao PSDB nacional, de agosto a novembro deste ano. A PF apreendeu ainda recibos de doações eleitorais ao PSDB em 2010, além de uma carta de agradecimento de um representante do partido pelos repasses. Há recibos também de doação ao PSD.

No apartamento de Ildefonso Colares Filho, ex-presidente da Queiroz Galvão, foi encontrada uma planilha relativa às eleições de 2012, para o PP e PR.

Carta de agradecimento e um cartão do comitê de Dilma

Na sede da Galvão Engenharia, em São Paulo, foi apreendido um cartão de um integrante do comitê financeiro da campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição. O cartão de Manoel Araújo, da coordenação do comitê, tem como inscrição de e-mail o  domínio dilma2014.com.br, usado pela campanha presidencial neste ano. A Galvão Engenharia, segundo a prestação de contas entregue pelo PT ao TSE, doou R$ 2 milhões para a campanha presidencial.

Uma carta de agradecimento da senadora Ana Amélia (PP), que disputou o governo gaúcho neste ano, foi encontrada no avião de José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS, preso pela PF na última etapa da Operação Lava-Jato, em 14 de novembro. Ana Amélia fez ainda anotações a mão agradecendo a “Leo Pinheiro”, apelido do executivo, e elogios à Arena do Grêmio, construída pela OAS. Na prestação de contas da senadora, porém, não há registro de doação recebida pela empreiteira ou por suas subsidiárias.

Publicada no dia 11 de dezembro de 2014, às 15h59

Classificação Indicativa: Livre

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