Após assumir como assessor especial do prefeito ACM Neto (DEM), o ex-deputado estadual J. Carlos resolveu quebrar o silêncio e falar sobre as razões que o levaram a deixar para trás 30 anos de filiação ao Partido dos Trabalhadores (PT) e migrar radicalmente para a base oposicionista.
Um dos principais cabos eleitorais da candidatura do governador Rui Costa, ex-deputado não conseguiu se reeleger e disse ter sido escanteado pelo partido após o revés nas urnas.
J. Carlos nega que sua saída do PT tenha sido motivada por uma negativa a "um pedido muito alto" de cargo no governo de Rui. "Seria até justo pedir, mas não pedi nada. Tenho Rui como um amigo, não tenho mágoa, mas fiquei 120 dias após a eleição sem receber uma ligação", reivindicou.
"Você tem que se valorizar. Para o PT não significávamos mais nada. O que nos deixou triste é porque sempre fomos o número um do partido", desabafou.
Ele ainda garantiu que o vereador Henrique Carballal, petista que também namora a gestão de ACM Neto, não teve nenhuma influência na sua decisão.
Magoado, J. Carlos deve usar sua influência no Subúrbio Ferroviário e no sindicato dos rodoviários em favor da reeleição do prefeito ACM Neto, como uma forma de "mostrar ao PT que não se descarta uma liderança".
Sobre a relação com o filho, vereador J. Carlos Jr., que segue filiado ao PT, o ex-deputado diz que há respeito entre eles para que cada um caminhe com autonomia apesar de estarem em lados opostos. "Ele vai seguir a trajetória dele e eu a minha".
Quando ao destino partidário, o braço direito de ACM Neto, confirmou ter recebido convites do PDT e PSB, mas disse não ter pressa para uma definição, já que está fora dos seus planos disputar as eleições do próximo ano para vereador.
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