Política

Lava Jato: investigada por corrupção, Gleisi diz que está tranquila

Publicado em 07/03/2015, às 16h53   Agência Brasil


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O ministro-relator dos processos da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, autorizou a abertura de inquérito para investigar a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), como “possivelmente implicada” nos desvios de recursos da Petrobras. Ex-ministra da Casa Civil do governo Dilma Rousseff, Gleisi teve representação criminal formulada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por “suposta prática dos crimes de corrupção passiva qualificada e de lavagem de dinheiro”.
De acordo com o pedido de abertura de inquérito formulado por Janot (leia a íntegra aqui), Alberto Youssef afirmou que a senadora tinha conhecimento da estrutura que envolvia a distribuição e repasse de comissões no âmbito da Petrobras e que ela própria havia se beneficiado dessa distribuição. Ainda segundo a petição, o doleiro relatou a entrega de R$ 1 milhão para um homem em um shopping de Curitiba, para custear a campanha de Gleisi para o Senado.
Na petição divulgada pelo STF, Teori solicita que a senadora seja ouvida, que os documentos sobre o caso sejam juntados, que seja eliminado o sigilo dos procedimentos, além da instauração de inquérito. No despacho, o ministro do Supremo afirma que a representação é embasada em depoimentos colhidos por meio de delação premiada, mas não explicita quem citou Gleisi. Os principais delatores do esquema de corrupção foram Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, e o doleiro Alberto Youssef.
Teori Zavascki frisa, porém, que a abertura de inquérito “não representa juízo antecipado sobre autoria e materialidade do delito”. Ele justifica que a abertura do sigilo é importante em atenção aos “valores republicanos”, para que a “sociedade brasileira tome conhecimento dos fatos objeto da investigação”.
O magistrado deferiu na última sexta-feira (6) 21 pedidos de abertura de inquérito sobre autoridades com suspeita de envolvimento em desvios na Petrobras. Ele delega o juiz Márcio Schiefler Fontes, que atua em seu gabinete, para conduzir o inquérito criminal.
Por meio de nota, a senadora disse receber a notícia com “tristeza e ao mesmo tempo com tranquilidade”. Gleisi Hoffmann se coloca à disposição para colaborar com o processo investigatório e declara não conhecer nem jamais ter tido contato com Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef. Ela afirma não temer a investigação e declara que terá condições de provar que nada tem com o esquema. “A investigação é oportunidade de esclarecimento dos fatos e espero que seja a forma de acabar com o julgamento antecipado.”

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