Política

UTC quer se desfazer da operação do Aeroporto de Feira de Santana

Publicado em 15/05/2015, às 08h57   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)




UTC opera terminal com a Sinart 
Desde novembro do ano passado, a UTC já demitiu 15 mil dos 30 mil funcionários e devolveu metade do prédio que sua sede ocupa em São Paulo para economizar no aluguel. Apontado como um dos líderes das empreiteiras acusadas de corrupção na Petrobras, o empresário Ricardo Pessoa assistiu da cadeia sua empresa encolher.
Reportagem do jornal Folha de S. Paulo mostra que o empreiteiro tenta se desfazer de negócios menores, como a operação do aeroporto de Feira de Santana. A concessão, em parceria com a Sinart Organização, prevê a ampliação, administração, operação, manutenção e exploração comercial das áreas e serviços do terminal pelo período de 25 anos. 
A UTC negocia ainda com bancos a venda de seu ativo mais vistoso: a participação no aeroporto de Viracopos (SP). A venda do terminal faz parte das discussões para alongar o prazo do R$ 1,2 bilhão que a UTC deve a bancos – os principais credores são Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil. As instituições estão dispostas a fazer um acordo, mas querem que o caixa seja reforçado com o dinheiro da participação em Viracopos. Na avaliação de um dos bancos, a venda dos 23% poderia render de R$ 350 milhões a R$ 400 milhões.
Com faturamento de R$ 5,5 bilhões no ano passado, o grupo de Ricardo Pessoa ficou debilitado depois da Operação Lava Jato. A UTC está proibida, junto com outras 22 empreiteiras suspeitas, de participar de novas licitações da Petrobras, e enfrenta dificuldades para obter novos financiamentos.
O grupo precisa encolher também para não desmoronar em um ambiente marcado pela desconfiança em relação às empreiteiras e pelo corte nos investimentos do governo e da Petrobras, principais clientes do setor.
Ricardo Pessoa e dois colegas compraram a UTC no final dos anos 90 da empreiteira OAS, onde os três trabalhavam. Na época minúscula, a empresa se transformou numa das maiores fornecedoras da Petrobras acompanhando o boom de investimentos da estatal durante os anos Lula. Deu sua grande tacada em 2010, com a compra da empreiteira Constran, do empresário Olacyr de Moares, ex-rei da soja. 
Hoje a empresa é acusada pelo Ministério Público de pagar propina para conseguir contratos na Petrobras. Nesta quarta (13), Pessoa fechou um acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República para contar detalhes sobre o esquema de corrupção na estatal. Longe do dia a dia dos negócios desde que foi preso, o empresário é o maior acionista e dá a palavra final sobre a reestruturação do grupo. Ele passou mais de 160 dias na cadeia. Solto no fim de abril, Pessoa agora está em prisão domiciliar e usa uma tornozeleira eletrônica para que a Justiça possa acompanhar seus passos.

Canteiro de obras da Ponte Pontal - Ilhéus está vazio
Na Bahia, a UTC é responsável no estado pela construção do Estaleiro Enseada do Paraguaçu, em Maragojipe, no Recôncavo baiano. O consórcio é formado, além da UTC Engenharia, pelas também baianas Odebrecht e OAS e a construtora Kawasaki. A empreiteira é responsável também pela construção da ponte Ilhéus – Pontal, obra do governo estadual, através do Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia (Derba), que tem previsão de custo de R$ 200 milhões. A ponte beneficiará moradores de Ilhéus, Itabuna, Una e Itacaré, no sul baiano.

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