Política

Empresário mineiro torna-se “dono” da Rua do Chile

Publicado em 29/06/2015, às 07h19   Redação Bocão News


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Em maio desse ano, a reportagem do Bocão News divulgou que a oposição ao prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), acusou o demista de demolir casarões para especulação imobiliária. Na época, o líder do DEM na Câmara Municipal, Leo Prates afirmou que a demolição foi feita com o aval do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Neste final de semana, a Folha também afirmou que por quase uma pechincha, o investidor mineiro Antonio Mazzafera, dono da Fera Empreendimentos, comprou o Empresarial Tesouro e outros 123 imóveis nos arredores da Rua Chile. Com isso, em parceria com a Prefeitura, o governo estadual, o Iphan e Mazzafera e seus sócios tornaram-se os novos "donos" da rua, que será ladrilhada com recursos do PAC e terá seus fios aterrados.
Batizado de Bahia District, o projeto foi inspirado no Meatpacking District, zona inóspita de Nova York onde só funcionavam frigoríficos e que virou ponto turístico. "Em cinco ou sete anos, esses imóveis valerão o dobro; a região será revitalizada", diz Mazzafera. Até o momento, a compra e o restauro de imóveis já custaram R$ 150 milhões. O plano prevê ao menos 3 edifícios, 1 hotel de luxo, 6 restaurantes, 1 casa noturna, 2 galerias de arte e 1 estacionamento.
Parte dos imóveis será alugada para empresas. Outra será vendida, caso do residencial de dez apartamentos (um por andar) com vista para a baía de Todos os Santos. A cobertura, de R$ 2,5 milhões, já foi vendida. Os serviços de limpeza e lazer do condomínio serão prestados pelo Palace Hotel, um cinco estrelas que será inaugurado em maio de 2016 e ficará sob o controle e o comando da própria Fera Empreendimentos. O empresário mineiro não está sozinho nesse ramo. Nos últimos três anos, a queda dos preços de imóveis nas principais capitais abriu o apetite de fundos de investimento.
Ainda de acordo com a reportagem, para o Iphan, essa parceria com a iniciativa privada garante que o imóvel seja preservado, e o órgão se livra de um peso. Atualmente, muitos proprietários de locais tombados não têm dinheiro para restaurá-los. Nesses casos, a lei determina que o próprio Iphan banque a reforma. 
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Foto: Bocão News

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