Política

DEM critica ações de Rui na capital e diz que governador é de toda a Bahia

Publicado em 11/08/2015, às 08h39   David Mendes (Twitter:@__davidmendes)



O governador Rui Costa (PT) passou toda a manhã desta segunda-feira (11) no bairro de Marechal Rondon, em Salvador, onde anunciou o início das obras de contenção de encostas na localidade conhecida como Dique do Cabrito. A intervenção tem previsão de custo de R$ 3,8 milhões, dinheiro oriundo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. A conclusão está prevista para maio de 2016.

A cerimônia foi marcada para às 8h30, mas o líder baiano só chegou perto das 10h. Aliados, como o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), deputado Marcelo Nilo (PDT), desistiu de acompanhar o governador por conta do atraso e foi embora.

Ao chegar ao Dique do Cabrito, Rui Costa caminhou pelas ruas que serão beneficiadas com as encostas e ouviu os moradores, acompanhados de vereadores do PT e de lideranças locais. No percuso, o governador ouviu pedidos de calçamento de ruas, reforma de escadaria e até construção de posto de saúde.

Uma hora mais tarde, a comitiva se reuniu em um palanque montado em frente ao dique e, antes do governador, os microfones foram abertos para os vereadores que integram a bancada de oposição ao prefeito ACM Neto (DEM) na Câmara Municipal. Os discursos se repetiram exaustivamente com o gestor soteropolitano na mira dos adversários, acusado de beneficiar os mais abastados da capital baiana e não olhar para os menos favorecidos. Obras da orla da Barra e do Rio Vermelho foram citadas como prova do descrédito do prefeito com a população dos bairros periféricos. Além de ser chamado de “goverfeito”, Rui Costa chegou ouvir de um dos edis petistas que era o “melhor prefeito de Salvador”, slogan que ACM Neto costuma utilizar em seus eventos públicos e que serviu para reforçar as ações do gestor petista em Salvador.


Rui repete estratégia de ACM Neto quando vai anunciar obras em bairros de Salvador

No evento, Rui repetiu uma ação que o próprio ACM Neto costuma fazer: ouvir os principais problemas da população antes de subir no palanque para, no discurso, determinar a resolução deles. No seu discurso, o governador ordenou uma operação tapa buraco nas ruas que serão beneficiadas com as obras das encostas, autorizou a reforma de escadarias e a colocação de corrimões nas rampas de acesso. Chegou a prometer a construção de um posto de saúde, mas só se o prefeito se comprometesse a assumir a unidade de saúde, já que a responsabilidade é do Município.

Na coletiva que deu logo após o evento, Rui Costa foi questionado sobre a necessidade de investimentos estratégicos na cidade e que demandam altas quantias de recursos, como a revitalização do Centro Histórico, defendida esta semana pela aliada e possível candidata em 2016, senadora Lídice da Mata (PSB). O chefe do Executivo estadual informou que os governos federal e estadual têm investimentos na ordem de R$ 700 milhões. “Estamos cuidando da mobilidade, da recuperação do patrimônio, inclusive das vias do Centro. Ali é o maior valor que a cidade tem. Se pudesse resumir a nossa cidade o maior valor dela está na cultura, na forma de ser do seu povo, no seu patrimônio histórico e na Baia de Todos os Santos. Por isso, estamos voltando os olhares aqui para o Subúrbio para recuperar esse patrimônio que pertence ao povo de Salvador e utilizar o potencial de turismo da Baia de Todos os Santos  para gerar emprego e renda para a população”, disse.

Já os democratas criticaram a postura do governador que passou a concentrar suas ações em Salvador nas últimas semanas. O presidente do DEM em Salvador, Heraldo Rocha, em nota enviada à imprensa, afirmou que Rui está a “perambular” pela capital baiana, posando apenas para fotos. “Rui Costa, o senhor é governador de toda a Bahia. Está na hora de trabalhar e arranjar um jeito de construir o Porto Sul, retomar as obras da Ferrovia Oeste-Leste, recuperar o Rio São Francisco e inaugurar a Jac Motors”, criticou. Além das obras estaduais, o dirigente sugeriu que o governador “chamasse para si a responsabilidade de combater a violência que assola Salvador”. “Ninguém aguenta mais a criminalidade em nossa cidade. O povo de Salvador está morrendo e o governador de braços cruzados. Todo dia há assassinatos, saidinhas bancárias, assaltos, furtos de carros, arrombamentos e arrastões a restaurantes”, atacou.

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