Política
Publicado em 27/10/2015, às 08h17 Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)
O discurso foi um só: as chamadas “pedaladas fiscais” foram “necessárias” para bancar programas sociais do governo federal como o Bolsa Família. Mas, cerca de 35% dos valores envolvidos nas manobras financeiras estão relacionados a financiamentos subsidiados para empresas e produtores rurais de médio e grande porte.
Os dados do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco do Brasil, mostrados pelo jornal Folha de S. Paulo, contrariam a versão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da presidente Dilma Rousseff (PT).
As pedaladas fiscais consistiam em atrasar repasses de recursos devidos pelo Tesouro Nacional aos bancos públicos. Com isso, os balanços do governo apresentaram, durante o ano passado, resultados artificialmente melhores, driblando a necessidade de cortar gastos. A oposição acredita que as manobras são um dos motivos para o pedido de impeachment da presidente.
De acordo com o BNDES e o Banco do Brasil, os financiamentos a grandes empresas e ruralistas de médio e grande porte correspondem a 47% e 63%, respectivamente, dos valores financiados nessas linhas de crédito.
Segundo cálculos do Tribunal de Contas da União (TCU), que reprovou as contas federais de 2014, o expediente retirou indevidamente R$ 40 bilhões da apuração da dívida pública. Desse total, algo como R$ 14 bilhões foram referentes a empréstimos a grandes empresas e médios e grandes proprietários rurais.
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