Florence joga no colo de Araújo não realização de reunião do Conselho de Ética

Publicado em 20/11/2015, às 11h37 Tamirys Machado (@tamirysmachado7)

A possível manobra do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para encerrar a reunião do Conselho de Ética causou polêmica entre os parlamentares. Ao Bocão News, o deputado Afonso Florence (PT-BA), disse que Cunha fez o jogo político e utilizou de instrumentos para postergar a sessão no Conselho de Ética.

“Tentei propor para ser suspensa a sessão e assim ser retomada a do Conselho de Ética, mas foi uma confusão. Cunha usou dos instrumentos políticos e regimentais para postergar a reunião, é o jogo político. Obvio que houve uma manobra, mas isso não vai valer de nada pois semana que vem será retomara e as provas contra ele são muito robustas”, declarou o parlamentar. Porém, conforme o petista uma medida para evitar essas manobras seria o presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA) convocar a reunião do Conselho de Ética em um horário que não coincida com as sessões na Câmara. “É fácil resolver isso, só é olhar os horários e dias de sessões, e isso fica disponível e o presidente marcar a reunião para um horário que não coincida com dias de sessões plenárias”, pontuou.

A sessão do Conselho de Ética, destinada à análise do relatório que investiga presidente da Casa por quebra de decoro parlamentar e pode levar à cassação do mandato, estava marcada para as 9h30 e foi suspensa as 11h13. Até a suspensão não houve quórum suficiente para começar a comissão. Eduardo Cunha (PMDB-RJ), abriu às 10h44 a sessão do plenário da Casa para votação de uma medida provisória e de projetos de lei.

O presidente abriu a sessão quando o painel indicava presença de 189 deputados, o que não é ilegal. Mas a praxe, em sessões deliberativas, é abrir a reunião com 257 deputados, que representam metade mais um dos 513 parlamentares da Casa. Florence explicou que pelo regimento interno, quando começa a Ordem do Dia, é obrigatório encerrar todas as comissões.

Já o deputado José Carlos Aleluia (DEM), considerou que não houve manobra por parte de Cunha e sim por parte do governo. “Foi um artifício do governo, pois a Lula e Dilma conseguiu fazer com que o PT apoiasse Cunha. Os representantes do partido na comissão do Conselho de Ética não compareceram. O PT fechou com Cunha”, declarou o parlamentar. Questionado sobre a abertura da sessão plenária, ele foi enfático. “Cunha é o presidente, pode abrir a sessão na hora que quiser”, disse.

O Bocão News tentou contato com o deputado José Carlos Araújo e não obteve retorno.

Publicada no dia 19 de novembro de 2015, às 19h

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