Política

Manobra de Cunha cancela sessão do Conselho de Ética

Publicado em 19/11/2015, às 13h51   Redação Bocão News (@bocaonews)



Após tentativa frustrada de seus aliados em impedirem de acontecer a reunião do Conselho de Ética, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), abriu a sessão no plenário com votação da ordem do dia. Esse tipo de sessão torna inválida qualquer decisão tomada nas comissões temáticas, o que inclui o conselho.

Cunha abriu a sessão quando o painel indicava presença de 189 deputados, o que não é ilegal. Mas a praxe, em sessões deliberativas, é abrir a reunião com 257 deputados, que representam metade mais um dos 513 parlamentares da Casa. Aliados de Cunha chegaram ao conselho com determinação para invalidar os trabalhos. Num primeiro momento, não compareceram para dar quorum à sessão, ajudados pelos três parlamentares do PT, que também não apareceram. Na presidência da sessão na Câmara, o deputado Felipe Bornier ( PSD-RJ) cancelou a sessão do Conselho de Ética. Houve muito bate-boca no plenário da Casa.

A manobra de Cunha fez com que o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), suspendesse os trabalhos e adiasse para a tarde a leitura do relatório do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) sobre a admissibilidade ou não da denúncia contra o próprio Cunha. Araújo afirmou, no entanto, que fará a leitura ainda nesta quinta-feira.

Manoel Júnior (PMDB-PB), um dos escudeiros de Cunha, pediu a leitura da ata da reunião anterior - uma prática que não é comum. O presidente do Conselho, no entanto, afirmou que não havia ata porque não fora feito. Manoel, por sua vez, recorreu ao plenário da Câmara.

A reportagem do GLOBO flagrou Júnior, na sala ao lado do plenário, em plena articulação para esvaziar a sessão. Ele tinha em uma das mãos a lista de integrantes do conselho e em outra o celular.

Menos de 30 minutos depois de o conselho ter começado a funcionar, Cunha abriu a sessão no plenário. E nova discussão se seguiu. Paulinho da Força (SDD-SP) pediu o encerramento dos trabalhos, alegando que, pelo regimento, as comissões não podiam funcionar, o que foi confrontado pelo próprio Araújo, que observou que não era possível deliberar, embora nada impedisse as discussões.

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