Política

Deputados baianos salvariam mandato da presidente Dilma

Publicado em 15/12/2015, às 21h56   Por Chayenne Guerreiro, Marivaldo Filho e Rodrigo Daniel Silva



Dezesseis votos de deputados da bancada baiana na Câmara Federal estariam garantidos em favor da presidente Dilma Rousseff (PT), caso fosse votado hoje, o pedido de impeachment da chefe do Palácio do Planalto. Apesar disso, o número não representa nem a metade dos 39 parlamentares da Bahia. Em 2014, durante o período eleitoral, Dilma teve o apoio da maioria dos baianos. Mas, aos poucos, a maré tem virado. Parte considerável dos parlamentares está indecisa sobre o futuro da petista na presidência.
É o caso, por exemplo, dos deputados Márcio Marinho e Tia Eron, ambos do PRB.
Anteriormente, os parlamentares declararam abertamente o seu apoio a Nelson Pelegrino, candidato do PT à prefeitura em 2012 e a Dilma. Hoje, os deputados não têm mais tanta certeza. “O PRB tem conversado muito sobre isso. Estamos avaliando. É uma decisão que não pode ser boa para o Brasil, ter um histórico de dois impeachments. Por outro lado, ela [a presidente Dilma] não tem mais credibilidade, que é tudo para um homem público. Ela perdeu a credibilidade completamente”, afirmou Tia Eron.
Marinho seguiu a mesma linha de pensamento. “Estou analisando. O impeachment não pode ser decidido da noite para o dia”, disse.
Em levantamento feito pelo Bocão News, que entrevistou os representantes da Bahia na Câmara Federal, foi constatado que 16 apoiam a presidente, nove querem o impeachment e sete estão indecisos. A reportagem entrou em contato com os outros sete parlamentares, mas até o fechamento da matéria, não obteve retorno.
Para que aconteça o impeachment de Dilma, o pedido precisa ser colocado em votação pelo presidente da Câmara, deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), e aceito por dois terços ou mais dos deputados (o equivalente a 342 de 513).
Veja a opinião de alguns dos legisladores:
Davidson Magalhães (PCDOB) "Sou contra o impeachment. Não tem base legal. Não podemos admitir pelo nosso processo democrático que um governo seja derrubado somente porque está passando por uma crise".
Elmar Nascimento(DEM) "A lei está bem clara. A presidente cometeu um crime e deve deposta. Ela não está acima da lei".
Fernando Torres (PSD) "Não acho que vai melhorar se o vice-presidente assumir".
Paulo Magalhães (PSC) "Não tem nada que macule a vida e nem o trabalho da presidente Dilma. Ela é séria, correta, e não é ladra".
João Gualberto (PSDB) "Não tem mais condições morais, éticas para continuar a governar o Brasil. Todo dia, tem uma denúncia. Ninguém investe mais no país porque não confia neste governo".
João Carlos Bacelar(PR) "Sou contra, porque apesar de ser legitimo o pedido de impeachment (e não tem nada de golpe), não há crime de responsabilidade cometido pela presidente. As contas não foram julgadas pelo Congresso, então não tem contas reprovadas. Ela não cometeu nenhum crime, nenhum roubo. Nada foi provado contra ela. O impeachment geraria mais instabilidade ao país. Esse é um remédio muito forte, não podemos banalizar".

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