O afastamento do ministro chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, foi considerado pelo deputado Antonio Imbassahy, vice-líder do PSDB na Câmara Federal, como acertada, porém tardia. Para o parlamentar baiano, a demora na demissão do ministro causou estragos ao governo da presidente Dilma Rousseff.
Para Imbassahy, a saída de Palocci é uma vitória da sociedade brasileira e o fortalecimento da imprensa livre. "A decisão foi correta, mas não evitou o desgaste devido à demora com que se deu", assinalou o tucano, afirmando que o ex-ministro deixou o cargo "aborrecido". "Ele fez tudo para se manter, mas sua situação ficou insustentável com a sequência de denúncias".
De acordo com o parlamentar, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também teria trabalhado nos bastidores a fim de manter Palocci no cargo. "O final desse episódio é a vingança de Francenildo", arremata o deputado, em referência ao caseiro que denunciou Palocci quando ministro do governo Lula.
Em entrevista à imprensa, o deputado ACM Neto, líder do DEM na Câmara Federal, considerou a saída de Palloci "inevitável", já que o ex-ministro não forneceu as explicações que eram esperadas, perdendo assim as condições para continuar no governo. Neto disse que o afastamento do ministro não encerra a cobrança de explicações e que a oposição vai continuar cumprindo seu papel. "O deputado não conseguiu explicar a sua evolução patrimonial. O Brasil quer saber como ele construiu um patrimônio desses", resumiu Neto.
Sobre a indicação da senadora Geisi Hoffman (PT-PR) para ocupar a Casa Civil, o deputado Imbassahy entende que, apesar de ela ser uma definição da presidente Dilma Rousseff, o fato de ser mulher do ministro Paulo Bernardo, do Planejamento, pode significar excesso de poder ao casal.
Questionado se a indicação da mulher de um ministro ocupar um cargo no governo não caracteriza nepotismo, o parlamentar disse achar que não, confessando, no entanto, não ter avaliado sob esse ponto de vista.
