Política

Visivelmente emocionada, Dilma se diz injustiçada com decisão da Câmara

Publicado em 18/04/2016, às 18h06   Tamirys Machado (Twiter: @tamirysmachado7)


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A presidente Dilma Rousseff fez o primeiro discurso, na tarde desta segunda-feira (18), após a Câmara dos Deputados ter votado na noite de ontem, pela abertura do processo de impeachment contra a chefe de Estado. Dilma afirmou que se sentiu “injustiçada”  e “indignada” com  o processo de impedimento, que ela classifica como “golpe e “tentativa de eleição indireta”. Aparentemente emocionada, Dilma Rousseff comparou a situação atual com uma ditadura velada e disse que há uma “condenação de inocente” e “que de certa forma está tendo seus sonhos torturados”.
“Sinto-me injustiçada da forma absurda que se acusa alguém por algo que não é crime. Assisti todas as intervenções e não vi uma discussão sobre o crime de responsabilidade, que é a única maneira de se julgar um presidente no Brasil. A constituição estipula que é necessário o crime para que seja afastado do cargo de presidente. Eu recebi 54 milhões de votos e me sinto indignada com a decisão da admissibilidade do meu impeachment”. 
A presidente bateu também na tecla da democracia e do golpe. “Pode parecer que esteja insistindo em uma tecla só, mas é muito importante, a da democracia. Os atos pelos quais eles me acusam foram feitos por outros presidentes antes de mim. A mim se reserva um tratamento que não se reservou a ninguém. Os atos foram praticados baseados por pareceres técnicos, nenhum deles beneficia a mim individualmente”, disse, pontuando ainda que não fiz nada para enriquecer.
“Estou com a consciência tranquila esses atos que pratiquei. Não os fiz ilegalmente, e o pior é que todos sabem que é assim. Não há contra mim nenhuma acusação de desvio de dinheiro público, enriquecimento ilícito. Não tenho contas no exterior”, disse, se referindo a o presidente da Câmara Eduardo Cunha. A petista disse que “nos últimos 15 meses não tem governado em um clima de estabilidade política”. "Contra mim praticaram a estratégia do “quanto pior melhor”. Pior para o governo e melhor para oposição. Isso se reflete nas pautas bombas”. 
Por fim, Dilma disse que é o início da luta. “Tenho ânimo força e coragem suficiente para enfrentar, apesar de um sentimento de muita tristeza, essa injustiça. Não vou me abater. Não vou me deixar paralisar com isso. Vou lutar como fiz ao longo de toda a minha vida”.  

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