Política

'Meu voto é contra o impeachment, com toda a segurança', afirma Otto

Publicado em 12/05/2016, às 06h14   Aparecido Silva (Twitter: @CydoSylva)



Por volta de 1h da madrugada desta quinta-feira (12), o senador baiano Otto Alencar (PSD) discursou no plenário do Senado Federal e declarou seu voto contra a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo o parlamentar, a presidente petista teve dificuldades de aprovar medidas que pudessem tirar o país da crise econômica por conta do cerco que foi feito na Câmara Federal pelo presidente afastado da Câmara dos Deputados, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Não havia como se romper o cerco, fazer reformas ou aprovar projetos que pudessem trazer solução para o Brasil", justificou.

"Não creio que a presidente Dilma ou qualquer outro presidente pudesse fazer melhor. E não venho aqui, de maneira alguma, deixar de reconhecer que aconteceram erros políticos, administrativos, como qualquer um pode errar. Não se pode governar um país como o Brasil e não cometer, aqui ou ali, equívocos administrativos e erros. Mas tenho absoluta certeza de que um erro, que uma falha a presidente Dilma não cometeu: a falha moral. Ela absolutamente, em nenhum momento, a pessoa física, cometeu falha moral", defendeu Otto Alencar.

"A minha condição de estar aqui hoje é, será e ficará sendo sempre firme, porque reconheço, primeiro, que não há crime de responsabilidade. Fui conselheiro do Tribunal de Contas e rejeitei tantas contas de prefeitos de grandes cidades na Bahia que descumpriram a Lei de Responsabilidade Fiscal e não foram cassados, que publicaram decreto de suplementação orçamentária e não foram cassados. Levantei no Brasil 18 governadores que fizeram isso e não foram cassados, pedalando e publicando decreto de suplementação orçamentária. Aqui perto há um, em Tocantins: o governador Marcelo Miranda, do PMDB, duas vezes com contas rejeitadas, pedalando e publicando decreto. O presidente Lula também fez a mesma coisa, o presidente Fernando Henrique também a mesma coisa. Mas escolheram a presidente Dilma, num momento político de perda de popularidade, porque, se estivesse com popularidade alta, não estaria acontecendo essa situação que está acontecendo aqui hoje", argumentou o congressista, que concluiu seu discurso reforçando seu posicionamento: "Meu voto é contra o impeachment, com toda a segurança".

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