Política

Empresas da Lava Jato fizeram doação a 12 ministros de Temer

Publicado em 16/05/2016, às 06h34   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Dinheiro de empresas envolvidas no esquema revelado pela Operação Lava Jato irrigou as campanhas de 12 dos 13 ministros nomeados pelo presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), que se candidataram a algum cargo eletivo em 2014, de acordo com informações publicadas pelo Estadão. Os recursos foram repassados de forma legal e declarados à Justiça Eleitoral.
Os que declararam doações de empresas que estão na mira da operação foram José Serra (Relações Exteriores), Henrique Eduardo Alves (Turismo), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), Blairo Maggi (Agricultura), Maurício Quintella (Transportes, Portos e Aviação), Raul Jungmann (Defesa), Mendonça Filho (Educação e Cultura), Leonardo Picciani (Esporte), Osmar Terra (Desenvolvimento Social e Agrário), Fernando Coelho Filho (Minas e Energia), Bruno Araújo (Cidades) e Ricardo Barros (Saúde).
Segundo o jornal, a exceção é Ronaldo Nogueira (Trabalho). Quando concorreu a uma vaga de deputado federal pelo PTB do Rio Grande do Sul, o ministro recebeu R$ 393 mil em doações. Na sua prestação de contas não há registro de empresas alvo da Lava Jato.
Do grupo contemplado com doações, o maior beneficiado é Henrique Alves (PMDB). Na campanha para governador do Rio Grande do Norte, o então candidato declarou à Justiça Eleitoral ter recebido R$ 7,8 milhões das empresas investigadas por envolvimento no esquema de desvios na Petrobrás.
O valor representa 34% dos R$ 23 milhões declarados como doações na prestação de contas de 2014 do peemedebista. As doações foram feitas principalmente pela Odebrecht (R$ 5,5 milhões) e Queiroz Galvão (R$ 2,1 milhões). Galvão Engenharia (R$ 200 mil) e Andrade Gutierrez (R$ 100 mil) também doaram. Alves foi derrotado por Robinson Faria (PSD) no 2.º turno.
Geddel Vieira Lima declarou ter recebido R$ 7,1 milhões em doações eleitorais na campanha de 2014 ao Senado pelo PMDB da Bahia. Deste valor, R$ 2,3 milhões foram repassados por empresas que tiveram seus presidentes presos na Lava Jato – as empreiteiras Odebrecht (R$ 1,7 milhão) e UTC (R$ 75 mil) e o Banco BTG Pactual. Geddel não se elegeu.
Serra também ultrapassou a casa dos milhões em doações de empresas citadas na Lava Jato. Na campanha para o Senado, o tucano declarou ter recebido R$ 1,2 milhão da OAS e R$ 856 mil da Andrade Gutierrez. Serra declarou R$ 10 milhões em doações naquele ano.
Romero Jucá é alvo de investigações na Lava Jato; Alves é alvo de um pedido de investigação e Geddel foi citado na operação. O ministro do Turismo é suspeito de receber dinheiro do dono da OAS, Léo Pinheiro, em troca de favores no Legislativo e em tribunais. Em dezembro, sua casa foi alvo de busca e apreensão feita pela Polícia Federal.
Geddel aparece nas mensagens captadas pela PF com Léo Pinheiro em que tratam de interesses da OAS em órgãos do governo, entre eles a Caixa Econômica Federal – da qual o ministro era vice-presidente.
Publicada no dia 15 de maio de 2016, às 10h13

Classificação Indicativa: Livre

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