Política

Leo Prates eleva o tom contra 3ª candidatura de Paulo Câmara; Tucano minimiza

Publicado em 12/10/2016, às 10h47   Aparecido Silva


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A briga pela presidência da Câmara de Salvador tem se acirrado depois que a poeira das eleições municipais baixou. Em entrevista à rádio Tudo FM, o vereador Leo Prates (DEM), um dos nomes cotados para disputar o posto, lançou petardos contra a possível candidatura de recondução do presidente Paulo Câmara (PSDB). 

O nome do tucano no cenário da disputa significaria a busca pelo terceiro mandato à frente do Legislativo, e isso levou o vereador democrata a criticar duramente o movimento de Câmara em direção à continuidade no cargo. Prates lembrou que houve um acordo, em 2012, para que o tucano fosse o presidente da Casa e no biênio seguinte fosse a vez do peteenista Carlos Muniz. No entanto, Muniz se retirou do páreo, Câmara disputou a reeleição e venceu o então peteenista Tiago Correia (PSDB). "Foi feito àquele período um acordo na bancada, no antigo escritório do então prefeito eleito ACM Neto, que Paulo Câmara ficaria dois anos e o então candidato Carlos Muniz ficaria o outro biênio. Depois disso, Paulo se elege, apoiei Paulo, articulei para Paulo. Paulo se elege presidente da Câmara, fez um bom trabalho e achou que era legítimo pleitear a reeleição. Entendemos que seria legítimo Paulo pleitear a reeleição", frisou o democrata.

"Foi criada uma mesa que ficou conhecida como Tropa da Paz, que era eu, o vereador Joceval, Alfredo Mangueira e Claudio Tinoco. Nessa mesa, foi dito pelo então candidato à reeleição, Paulo Câmara, que não seria mais candidato à reeleição na Câmara Municipal. Isso foi dito, inclusive, uma vez na sala do vereador Alfredo Mangueira e outra vez no Palácio Thomé de Souza. Nós apoiamos, Paulo foi vitorioso, quero lembrar que o apoiei por duas vezes e que tenho nele um grande amigo, uma grande pessoa. Eu não estou neste momento contra Paulo Câmara, eu estou contra o que uma possível candidatura de Paulo pode representar de prejuízo para o Legislativo municipal", avaliou Prates.

Segundo o vereador do DEM, um terceiro mandato de Paulo Câmara representaria, ao seu modo de ver, que não há na Casa "nenhum vereador competente" para dirigir os trabalhos. "Fui chamado para um almoço pelo presidente, eu, ele e o vereador Arnando Lessa, e foi assumido um compromisso de que ninguém faria movimentações para a presidência da Câmara até termos outra conversa. E, para minha surpresa, eu comecei a receber ligações e notícias de vereadores de que o atual presidente estava se movimentando para ser candidato à reeleição", reclamou.

Ainda durante a entrevista à emissora soteropolitana, Prates disse que uma candidatura do vereador tucano a um terceiro mandato de presidente significaria "golpe" à democracia: "no meu entender, uma terceira candidatura de Paulo é, não a pessoa de Paulo, mas o que ele está representando nesse momento, por todo esse histórico que eu falei, é uma conduta traiçoeira. Principalmente com a Câmara de Vereadores. E uma conduta traiçoeira no dicionário quer dizer uma conduta desleal. E pegando também no dicionário, uma manobra desleal é definida como sinônimo também de golpe. Golpe contra a democracia. Um prefeito não pode se reeleger três vezes, um governador não pode se reeleger três vezes. Por que um golpe contra a democracia? Porque na definição de democracia está lá: regime em que há liberdade de associação, de expressão, e no qual não existem distinção ou privilégios. E não deixa de ser privilégio você ser candidato três vezes como presidente da Câmara. Os instrumentos não são iguais para o debate dentro da Casa".

Apesar de ter elevado o tom, Leo Prates fez afago ao atual presidente. "Reafirmo meu carinho, meu querer bem pelo presidente Paulo Câmara, mas afirmo aqui a minha discordância com a terceira candidatura. Acho que o presidente Paulo Câmara está sendo mal aconselhado nesse momento. Peço que ele faça uma reflexão e não manche a sua biografia com o que, no meu entender, é um atentado à democracia", reforçou seu recado, ressaltando que ainda não decidiu se será, de fato, candidato a presidente do Legislativo. 

Procurado pelo Bocão News, o presidente Paulo Câmara preferiu não entrar no debate."Não vou tratar desse assunto no momento, o foco agora é retomar os trabalhos da Casa", sintetizou.

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