A partir do próximo ano, o vereador Henrique Carballal (PV) deve assumir a função de líder do governo na Câmara Municipal de Salvador. A trajetória do verdista, que foi expulso do PT por traição à legenda, não é das mais ponderadas e centradas. Ainda assim, ao que tudo indica, o prefeito ACM Neto escolheu para ser o seu representante dentro do Legislativo.
De temperamento forte, Carballal já esmurrou o colega Hilton Coelho (Psol) durante a votação do Plano Municipal de Educação. O caso foi parar na comissão de ética, mas não houve punição. Um dia antes, o verdista também bateu em um manifestante durante a votação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU).
Mas Carballal não é apenas brigão. Pesa contra ele um processo de improbidade administrativa, que impediu ACM Neto de pinça-lo para exercer função de secretário.
O Ministério Público estadual ajuizou uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa com pedido liminar de bloqueio de salário e indisponibilidade de bens contra o possível líder do governo na Câmara.
O MP investiga denúncia de que ele teria se apossado de salário de alguns dos seus assessores, entre os anos de 2009 e 2010. Ainda segundo a denuncia do MP, Carballal teria nomeado alguns assessores que não trabalhavam, com o único objetivo de se apropriar dos seus vencimentos.
Para além da encrenca com o MP, Carballal andou falhando com o prefeito ACM Neto. O Palácio Thomé de Souza não gostou nada do vice-líder do governo ter faltado, na votação de projetos do Executivo Municipal. Contam aliados que o prefeito ACM Neto ficou chateado com o verdista que alegou problema pessoal para a ausência, mas, ainda assim, se mostrou constrangido com o desapontamento do chefe do Executivo.
Por essas e outras que governistas acreditam que Neto poderá mudar de ideia e desistir de colocar Carballal como seu líder na Câmara Municipal.
Publicada originalmente em 30/12 às 17h56
