Política

Bahia lidera desempregos, mas apadrinhados políticos garantiam vaga na AL-BA

Publicado em 09/02/2017, às 11h02   Redação Bocão News



A crise econômica acirrou a falta de emprego para os baianos. O estado atingiu um percentual inédito na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e apareceu no último estudo como o líder no número de desempregos no país. Enquanto isso, as exonerações feitas pelo presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Ângelo Coronel (PSD), mostram como a Casa de leis vinha sendo porto seguro para apadrinhados políticos. 

O ex-deputado Nestor Duarte Neto (PSL), atual secretário de Administração Penitenciária e Resocialização (Seap), tinha quatro pessoas com algum parentesco no alto escalão da AL-BA. Lucília Gordilho Duarte Guimarães, irmã do secretário, foi exonerada do cargo de secretária da presidência, onde recebia vencimento base de R$ 2.159,69. Márcio Gordilho Duarte Guimarães, também é irmão do titular da Seap. Ele estava no posto de diretor administrativo-financeiro da Fundação Paulo Jackson, entidade que administra a TV Assembleia, e recebia salário de R$ 7.088,37.

Também com ganho mensal de R$ 7 mil, Fernando Diniz Gonçalves Porciúncula foi exonerado da diretoria da Escola do Legislativo. Ele é genro de Nestor Duarte Neto. Com salário base de R$ 2.495,16, a empresária Rozana Mota Guimarães era assessora técnica da presidência da AL-BA. Rozana não é parente do secretário da Seap, mas é sócia de Rita de Cássia Guimarães Duarte, que é esposa de Márcio Gordilho Duarte Guimarães, o irmão de Nestor Duarte e que foi exonerado de uma diretoria da Fundação Paulo Jackson, como já foi mencionado. Rozana e Rita de Cássia formam o quadro societário da Martinica Industria e Comercio, empresa que atuaria no ramo de confecção de roupas íntimas.

O Bocão News tentou ouvir o secretário Nestor Duarte Neto, mas as chamadas telefônicas não foram atendidas até a públicação desta matéria.

Dentre as exonerações feitas pelo novo presidente, também consta a da assessora especial da Superintendência de Administração e Finanças, Maria Cristina Suzart da Rocha. Ela recebia salário de R$ 3.992,32. Segundo o cadastro nacional de pessoa jurídica, Maria Cristina é empresária individual em Simões Filho desde 2005 com a Atuante FCR Representações. A atividade econômica principal descrita é “representantes comerciais e agentes do comércio de madeira, material de construção e ferragens”.

Genro do ex-governador Jaques Wagner, atual secretário estadual do Desenvolvimento Econômico, Paulo José Veiga Valente foi dispensado do cargo de superintendente de Assuntos Parlamentares, onde tinha rendimento mensal de R$ 9.172,00. Valente foi colocado à disposição da Secretaria Estadual de Educação, com a qual tem vínculo efetivo.

Ex-deputado petista da região de Jequié, Isaac Cunha do Nascimento também foi dispensado. Nascimento recebia um salário base de R$ 7.088,37 na função de secretário geral das comissões e foi colocado à disposição da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

Também ex-deputada estadual e ex-prefeita de Pojuca, Maria Luiza Dias Laudano foi exonerada do cargo de assessora especial da Fundação Paulo Jackson, onde tinha salário base de quase R$ 4 mil.

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