Política

Duda Mendonça diz que Skaf o orientou a buscar caixa 2 na Odebrecht

Publicado em 07/04/2017, às 09h57   Redação Bocão News


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A delação do marqueteiro Duda Mendonça se transformou em um novo elemento contra o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, suspeito de recorrer à Odebrecht para pagar, com dinheiro de caixa dois, uma dívida de R$ 10 milhões da campanha ao governo de São Paulo em 2014, segundo o Globo. Em depoimento à Polícia Federal, Duda confirmou acusações anteriores de executivos da empreiteira sobre o uso do caixa dois e responsabilizou diretamente Skaf pelas transações, segundo disse ao jornal uma fonte ligada ao caso.
A reportagem detalha que Duda teria dito que foi Skaf quem, no final da campanha, o orientou a procurar a Odebrecht para receber parte dos pagamentos com recursos não declarados. Disse ainda que, para driblar a fiscalização, foram tentados três diferentes métodos de pagamentos clandestinos. Nenhum deles teve sucesso por causa da pressão das investigações da Lava-Jato. No período dos pagamentos, a Odebrecht já estava sendo levada para o centro das apurações sobre fraudes na Petrobras.
O marqueteiro disse que, na fase final da campanha, Skaf o orientou a recorrer a Odebrecht. A empreiteira ficaria encarregada de fazer os pagamentos. Ele seguiu a recomendação e procurou a empreiteira. Num primeiro momento, foi acertado que os repasses seriam feitos mediante o sistema de senhas e contrassenhas do Setor de Operações Estruturadas.
O conteúdo da delação foi encaminhado ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro repassou os documentos a Procuradoria-Geral da República, que deverá se manifestar sobre o caso. Com base no parecer do Ministério Público Federal, Fachin decidirá se acolhe ou não a colaboração do marqueteiro.
Duda foi ouvido no inquérito aberto pela Polícia Federal a pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para apurar supostas irregularidades em pagamentos a gráficas e outras empresas pela chapa Dilma-Temer durante a campanha eleitoral de 2014. Num dos depoimentos, Duda disse que, dos R$ 10 milhões do caixa dois da Odebrecht, R$ 6 milhões seriam para ele e o restante, R$ 4 milhões, para a Ilha Produção, produtora que está em nome de Paulo Luciano, irmão do deputado Baleia Rossi (PMDB-SP).

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