Política

Delatores se contradizem sobre fim do setor de propinas da Odebrecht

Publicado em 19/04/2017, às 06h12   Redação Bocão News



Dois delatores da Odebrecht apresentaram versões diferentes sobre o encerramento do Setor de Operações Estruturadas, o departamento de propinas da empresa, segundo a Folha.
No início de 2015, um ano depois do início da Operação Lava Jato, parte do setor foi transferida para a República Dominicana e dois funcionários se mudaram para o exterior, a pedido do então presidente Marcelo Odebrecht.
Em seu depoimento à força-tarefa da Lava Jato, em dezembro de 2016, o herdeiro do grupo disse que a decisão tinha como objetivo encerrar as atividades ilícitas. "O que eu disse foi 'feche as contas [estrangeiras não declaradas], acaba com as operações estruturadas e vai para o exterior trabalhar com mais serenidade e sem risco de grampo", afirmou Marcelo Odebrecht a procuradores.
Mas Hilberto Mascarenhas da Silva, chefe do Setor de Operações Estruturadas naquele momento, relatou que a transferência, uma exigência de Marcelo Odebrecht, era uma tentativa de driblar o monitoramento das autoridades e manter as operações. "Ele queria evitar o risco. Estava sentindo que alguma coisa estava prestes a acontecer e aí exigiu que a área, para continuar, fosse fora do Brasil", afirmou Silva.
Em nota, a Odebrecht disse "entender que é de responsabilidade da Justiça a avaliação de relatos específicos feitos pelos seus executivos e ex-executivos".
"A empresa está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua. Já reconheceu os seus erros, pediu desculpas públicas, assinou um acordo de leniência com as autoridades brasileiras e da Suíça e com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, e está comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas." 

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