Política

Lula minimiza candidatura de Neto ao governo e nega campanha antecipada

Publicado em 17/08/2017, às 15h24   Redação BNews



Presente em Salvador nessa quinta-feira (17), como parte da peregrinação política onde percorrerá outros oito estados do nordeste, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defendeu em entrevista ao Atarde, a ex-presidente Dilma (PT) e minimizou sua responsabilidade com a crise econômica enfrentada pelo país.

“O Brasil não vai se recuperar economicamente sem um governo legítimo, eleito, com a credibilidade conquistada nas urnas. (...) Quanto a Dilma, que é uma pessoa digna e séria, e que foi afastada do poder de modo ilegal e injusto, é preciso lembrar que a política econômica do seu governo foi permanentemente sabotada pela oposição conservadora e pelas forças que queriam inviabilizar o seu governo para derrubá-la”, afirmou.

Em meio a discussões sobre reforma política, Lula defendeu o financiamento público, que segundo ele, evita que apenas os mais ricos sejam eleitos. “O PT sempre defendeu o financiamento público de campanha. A democracia não pode estar submetida ao poder econômico dos mais ricos.  (...) As pessoas gostam de criticar os partidos, mas não há democracia sem eles. É importante que se as pessoas acham que a política está ruim, entrem na política para mudá-la. Porque se a maioria desiste da política, ela será governada pela minoria que gosta”.

Aliado de Rui Costa (PT), que se prepara para enfrentar o prefeito ACM Neto (DEM) nas urnas pelo cargo de governador em 2018, o ex-presidente negou o crescimento do DEM e duvidou que Neto tenha coragem de ir para uma disputa com Rui. “O PT não perdeu a eleição presidencial. O PT sofreu um golpe. O DEM não está crescendo nas eleições. Está se beneficiando de um golpe. E cada vez mais pessoas percebem que o golpe não foi contra a Dilma, o Lula ou o PT. Foi contra seus direitos trabalhistas e previdenciários. Foi para cortar programas como o Farmácia Popular, Minha Casa, Minha Vida, o Fies e o Bolsa Família. Hoje muita gente percebe isso, que a vítima do golpe foi a própria população. E enquanto hoje nas pesquisas o PT aparece com 20% da preferência partidária, o DEM não aparece nem com 1%. Eu não sei se hoje o PT perderia tantas prefeituras, ou se no ano que vem o ACM Neto irá mesmo abandonar a prefeitura para tentar disputar o governo do estado contra um governador competente e bem avaliado”, afirmou.

Lula rejeitou ainda a ideia de que sua caravana pelo Nordeste seja parte de uma construção política visando às eleições de 2018. “Não é construção de candidatura porque eu nem sei se serei candidato em 2018. Eu estou fazendo a caravana para reencontrar o Brasil e conversar com o povo, o que faço desde que comecei na política. Eu sempre fiz política conversando com as pessoas, olhando nos olhos, conhecendo a realidade de cada região, buscando soluções para os problemas das pessoas e das comunidades. Infelizmente nossos adversários não reconheceram o resultado das eleições de 2014, promovendo uma sabotagem sistemática do segundo mandato da presidenta Dilma. Ao tirar uma presidenta eleita do poder, o maior prejudicado foi o trabalhador, foram as crianças, foram as verbas para educação, saúde e ciência. Foi o futuro do Brasil. O país precisa de eleições para ter um verdadeiro debate de  ideias e projetos  e dele nascer um governo legítimo e que corresponda às expectativas da sociedade”, finalizou.

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