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Odebrecht monta operação de despiste para saída de Marcelo da prisão

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A empresa usou vários carros, preparou opções de embarques em aviões particulares e em voos comerciais  |   Bnews - Divulgação Folhapress

Publicado em 20/12/2017, às 07h04   Folhapress



A Odebrecht preparou um esquema para despistar repórteres, fotógrafos e cinegrafistas que tentavam acompanhar a saída de Marcelo Odebrecht da cadeia, nesta terça-feira (19).

A empresa usou vários carros, preparou opções de embarques em aviões particulares e em voos comerciais e testou o comportamento dos jornalistas que se aglomeraram em frente ao condomínio do empreiteiro.

O empresário, herdeiro do grupo que leva seu sobrenome, deixou a carceragem da Superintendência da Polícia Federal de Curitiba nesta terça-feira (19) para cumprir dois anos e meio de prisão domiciliar em regime fechado, benefício previsto no acordo de delação premiada que assinou com o Ministério Público Federal.

Foi até a Justiça Federal colocar tornozeleira eletrônica e seguiu para o Aeroporto de Bacacheri, na capital paranaense, onde uma aeronave fretada o esperava.

Havia, porém, a possibilidade de o avião decolar do Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais. Além disso, foram compradas passagens aéreas no nome de Marcelo Odebrecht em voos comerciais.

Em São Paulo, o mistério continuou. Era esperado que o avião com Marcelo pousasse no Aeroporto de Congonhas ou de Guarulhos, mas o empreiteiro desembarcou em um aeroporto em Jundiaí, distante 66 km do bairro onde ele mora, em São Paulo.

Marcelo seguiu de carro em direção à sua casa, já que não havia local para pouso de um helicóptero no condomínio onde mora e o heliponto do prédio da Odebrecht, no bairro vizinho do Butantã, está desativado.

Pelo menos dois carros da Odebrecht com vidros escurecidos entraram e saíram do condomínio para testar o comportamento dos fotógrafos e repórteres. O primeiro, um Kia Carenz preto com vidros escurecidos, parou na portaria e foi alvo das câmeras, às 15h16. Ninguém estava no banco de trás. O carro saiu minutos depois.

Mais tarde, outro carro, dessa vez um Dodge Journey dourado, também com película escura nos vidros, fez o mesmo. O relógio marcava 15h51. Um Toyota Corolla circulou várias vezes na frente do condomínio para observar o comportamento dos jornalistas.

Às 15h56, enfim, Marcelo Odebrecht entrou no condomínio onde mora. Estava no banco de trás do Kia Carenz preto.

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