Política

Lídice em chapa presidencial “envaidece” PSB baiano, que ainda fala em “injustiça” de Rui

Vagner Souza
Em entrevista ao programa Fato&Opinião, da webtv do BNews, Rodrigo Hita, avaliou as possibilidades dos socialistas nas eleições de outubro   |   Bnews - Divulgação Vagner Souza

Publicado em 19/07/2018, às 20h17   Juliana Nobre e Eliezer Santos


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De preterido na Bahia a desejado em composição nacional para Presidência da República. Em menos de um mês, o PSB baiano viu o instável jogo político virar e desenhar um cenário que lhe dê um pouco de honradez na cena eleitoral que se aproxima. 

Aliada ideológica por anos ao governo do PT no Estado, a senadora Lídice da Mata perdeu espaço para o PSD na chapa do governador Rui Costa (PT) e entrará na corrida para ser deputada federal. Isso, se não prosperarem as movimentações nacionais que colocam seu nome para ser vice na chapa presidencial de Ciro Gomes (PDT) ou ainda candidata própria do PSB – que até meses atrás sonhava em ter o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa como postulante ao Planalto.  

Em entrevista ao programa Fato e Opinião da WebTV do BNews, publicado nesta quinta-feira (19), o primeiro secretário do PSB Bahia, Rodrigo Hita, avaliou que a menção de Lídice na esfera federal “envaidece” os socialistas baianos, mas ponderou que as tratativas estão, por ora, dedicadas à pré-candidatura de deputada federal.

“O nome ser lembrado pelo partido nacional é muito bom, mostra a força que ela tem e [mostra] até um certo erro do que aconteceu aqui na Bahia, mas a princípio Lídice é pré-candidata a deputada federal. Estamos fazendo viagens já, reunindo, reaglutinando forças porque uma coisa é eleição de Senado e outra coisa é eleição de deputada federal. Então, nós estamos reaglutinando forças, reaglutinando gente. Estamos trabalhando com essa intenção de pré-candidatura a deputada federal [...] Lembrada pelo partido como um nome que pode organizar e puxar os quatro governadores do partido...isso envaidece”.

Segundo ele, uma proposição do diretório baiano foi aprovada no último congresso nacional do PSB para que o partido apenas apoiasse candidatura nacional de centro-esquerda ou que tivesse candidatura própria, afastando assim a possibilidade de alinhamento com a pré-candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB).

Arranjos na Bahia - Rodrigo Hita, que é secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, relatou ao BNews como o partido se comportou durante e depois das arrumações que puseram o PSB em segundo plano na chapa do governador Rui Costa (PT), com a possível presença do deputado federal Bebeto Galvão como suplente de Jaques Wagner.

“Acho que isso é injusto. O partido não deglutiu isso completamente, achamos que foi uma injustiça, mas a vida segue [...] O partido saiu forte porque saiu unido. A gente atravessou esse período muito junto. Os deputados estaduais, tanto os que entraram como os que já estavam na legenda, surpreendentemente foram muito corretos. A gente tomou decisões muito em conjunto. Toda movimentação que a gente fez, acho que a resistência para ela permanecer foi forte, foi vitoriosa, mostrou que a política não é só um mais um, tem que pensar outras coisas. Acho que deu lições a alguns que estão mais fortes na política tradicional. No final, teve a derrota. Volto a dizer, não estamos satisfeitos, mas tem a vida a seguir, acho que o partido saiu forte”.

Hita admitiu que houve sugestões para que Lídice disputasse as eleições como deputada estadual, tendo previamente o caminho pavimentado para se tornar presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), mas explicou o motivo da recusa.  

“Propostas sempre partem de diversas...não se pode dizer de onde partiu, ainda na mais na política cada um quer arranjar solução um dia. Então sai e botam suas soluções na imprensa e vão nesse caminho. Essa conversa aconteceu no mundo político de que ela poderia ser presidente da Assembleia, mas é um momento tão ruim da política nacional, que a gente tem mandatos tão ruins no Congresso, que não dá para a gente tirar. A Bahia está muito consolidada, está muito tranquilo, Rui está bem, está num direcionamento tranquilo, e a gente tirar uma pessoa com a força como Lídice, de uma postura como a Lídice do Congresso Nacional seria muito ruim. Nosso eleitor não entenderia. Por que foi ser presidente da Assembleia? O eleitor de Lídice não entenderia. Não era uma coisa natural. Natural é que ela continue em Brasília pautando a política nacional, ajudando a Bahia e continue denunciando os golpistas que aí estão”.     

Outro ponto rechaçado por Hita foi de que o PSB tenha adiantado conversas com o governo para que Lídice tenha primazia para disputar a prefeitura de Salvador em 2020 como candidata da base do governador Rui Costa.   

“Não houve nenhum acordo. Até porque não dá para fazer acordo em dois anos. Política é força. Então, isso só vai ser cumprido se ela tiver forte em 2020. Então não existe acordo. Lídice só vai ser candidata a prefeita de Salvador se tiver interesse e se tiver força no momento para os partidos virem. Não tem nada acordado que Lídice vai ser a candidata porque saiu do Senado. Não fizemos isso. Na verdade, não quisemos fazer acordo algum. Era mostrar nossa insatisfação mesmo e vai agora querendo mostrar força. Eu falo muito isso: política não é bem querer, política é força”.

Bebeto Galvão como suplente de Jaques Wagner – “Foi convidado realmente para a suplência. Ele está analisando se vai aceitar ou não. Não é um pleito que o partido foi, ‘ah tem que fazer uma compensação’. Não pleiteamos isso, acho que é natural a pedida, a pedida que o governo entendeu que precisava contemplar o PSB de alguma forma. Não pleiteamos isso nem é o mais importante. Claro que facilita jogo, facilita, inclusive, uma transferência de votos para Lídice como pré-candidata a deputada, mas isso ainda está sendo dialogado, principalmente Bebeto tomar uma decisão”.

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